OBRA DE MAFRANO CELEBRA A ANCESTRALIDADE BANTU E REFORÇA LAÇOS CULTURAIS ENTRE OS PALOP

OBRA DE MAFRANO CELEBRA A ANCESTRALIDADE BANTU E REFORÇA LAÇOS CULTURAIS ENTRE OS PALOP
A cidade da Praia, em Cabo Verde, foi palco, na sexta-feira, de uma celebração da memória e identidade africana, com a apresentação do terceiro e último volume da colectânea “Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias”, do etnólogo angolano Maurício Francisco Caetano (Mafrano).
No contexto das comemorações dos 50 anos das independências dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), o embaixador de Angola em Cabo Verde, Agostinho Tavares, destacou que a obra revela “o profundo significado da nossa ancestralidade” e constitui um legado indispensável para o estudo da cultura bantu.Composta por três volumes e mais de 800 páginas, a colectânea é descrita como um tesouro de saberes ancestrais que, segundo o diplomata, “renova a sua importância a cada leitura”.
A sessão de abertura coube ao embaixador de São Tomé e Príncipe, Aurélio Martins, que recordou o sacerdote José Frotta, figura que educou Mafrano desde os cinco anos, no Dondo (Cuanza-Norte). Martins sublinhou que o padre “formou mentes brilhantes” e teve papel essencial na trajectória do autor, considerado um dos grandes nomes da antropologia cultural dos povos bantu.Durante a cerimónia, a historiadora Antonieta Lopes — que apresentou o livro — lançou um desafio à família do etnólogo: “Exorto-vos a escrever a biografia do vosso pai”, dirigindo-se aos filhos José Caetano (Tazuary Nkeita) e Cristina Caetano, ambos presentes no evento.A apresentação contou com a presença de representantes diplomáticos, académicos, organizações internacionais e amantes da literatura africana, entre eles a representante das Nações Unidas em Cabo Verde, Patrícia Portela (Brasil), num momento que uniu história, memória e identidade em torno do legado de Mafrano.