ACADEMIA ANGOLANA DE LETRAS LANÇA COLECTÂNEA “LETRAS SOBRE AGOSTINHO NETO”

A Academia Angolana de Letras (AAL) lança, nesta terça-feira, às 15h00, no Memorial Dr. António Agostinho Neto, em Luanda, a colectânea “Letras sobre Agostinho Neto”, que reúne textos de especialistas nacionais e estrangeiros, no âmbito do 50º aniversário da Independência nacional.

Sob a chancela da Mayamba Editora e co-organizado por António Quino e Paulo de Carvalho, a obra será apresentada pelo professor e crítico literário Joaquim Martinho.

Segundo a Academia Angolana de Letras, em comunicado de imprensa, o livro resulta de textos publicados em 2022, num caderno especial do Jornal de Angola, intitulado “O poeta da sagrada esperança”, que visou assinalar, naquele ano, o centenário do nascimento de António Agostinho Neto, num projecto editorial que contou com a parceria da Edições Novembro.

O livro é composto por 178 páginas e está previsto, numa primeira fase, uma tiragem de mil exemplares, na colecção Nzadi, da Mayamba Editora. Quanto à temática, os ensaístas reflectem sobre um conjunto de aspectos valorativos da vida e obra de Agostinho Neto, patrono da Academia Angolana de Letras, trazendo testemunhos e ensaios.

“Foi iniciativa da direcção da AAL a ideia de lançamento deste livro comemorativo, convidando-se, para o efeito, 50 pessoas para participarem com textos (depoimentos, textos de opinião, breves ensaios ou poesia) no caderno. Responderam positivamente 21 pessoas, nomeadamente dez académicos, dez investigadores e um poeta”, esclareceu Paulo de Carvalho.

Desde a sua fundação, em 2016, trata-se do segundo livro desta agremiação literária e científica, depois de “Letras sobre as línguas de Angola”, lançado em 2024. As duas obras cumprem a missão da AAL de promover o ensino, estudo e incentivo da língua portuguesa e das línguas nacionais angolanas, além de editar obras de grande valor histórico e literário nacional.

Roberto de Almeida, Irene Neto, Filipe Zau e Corsino Fortes entre os autores

Dentre os autores nacionais e estrangeiros conhecedores da literatura angolana, a colectânea traz textos de António Fonseca, director-geral do Memorial Dr. António Agostinho Neto, do escritor e ensaísta António Quino, de Filipe Zau, ministro da Cultura, dos escritores Fragata de Morais e Lopito Feijóo, bem como do sociólogo Paulo de Carvalho.

Acresce-se, também, textos do poeta e nacionalista Roberto de Almeida, do antropólogo Virgílio Coelho, de Irene Neto, filha de Agostinho Neto, e dos investigadores e críticos literários Abreu Paxe, Frederico Mussunda, João Papelo, Joaquim Martinho, José Bembo Manuel, Justo Muangunga e Manuel Muanza. De figuras do estrangeiro, traz, igualmente, textos dos professores e ensaístas portugueses Pires Laranjeira e Francisco Topa, da reputada professora brasileira Carmen Tindó Secco e do poeta cabo-verdiano Corsino Fortes (in memoriam).

“São textos de autores angolanos, brasileiros e portugueses. Particularizamos um poema do imortal Corsino Fortes, membro fundador da Academia Cabo-Verdiana de Letras. Corsino Fortes foi camarada de jornada de Agostinho Neto e, numa homenagem singular, dedica um poema carregado de simbolismo e sentimentos profundos, que celebra a luta e o legado de Agostinho Neto, destacando a sua importância como líder e poeta na libertação de Angola, sem esquecer a exaltação à resistência, esperança e identidade angolana, usando uma linguagem rica e emotiva para capturar a essência da revolução e o impacto duradouro de Neto”, lê-se no comunicado de imprensa.