ARTISTAS HOMENAGEIAM MESTRE PATRÍCIO MAWETE
“Eu sou Patrício Mawete Pacaça” é o título da exposição colectiva patente na Galeria Tamar Golan desde sexta-feira, em homenagem ao falecido mestre Patrício Mawete.
A mostra junta pinturas de 13 artistas plásticos, e está aberta ao público até ao dia 23, na galeria que pertence à Fundação Arte e Cultura, na Ilha do Cabo.
Ao todo são 21 quadros pintados em diferentes contextos. O objectivo é fazer com que o artista Patrício Mawete seja lembrando sempre pela simplicidade e ensinamento que transmitiu a todos.
A exposição pode ser visitada entre segunda e sexta-feira, das 9h30 às 17h00. Entre os quadros, constam obras de jovens artistas, convidados pela organização, para explorarem e inspirarem-se nos feitos do mestre Patrício Mawete.
As obras são dos pintores Dudu Sapate, Aurélio Nivas, Maisha Cipriano, Paulo Benvindo, Diongo Domingos, Adilson da Costa, Júlio Manuel, Dom Cassule, Kisolokele Mendes, Thô Simões, Isabel Landama, Péniel Bernardo e Arlindo Bizerra.
Os quadros apresentam motivos deslumbrantes que reflectem a dimensão de Patrício Mawete.
O director da galeria, Xavier Narciso, ressaltou que a exibição foi uma iniciativa da direção. “Fomos buscar aqueles artistas que fazem parte do atelier do homenageado, pois consideramos o mestre Mawete como uma referência”.
Acrescentou que Patrício Mawete deixou uma tinta indelével dentro do mosaico artístico angolano, referindo que o artista era uma ponte para os outros que se iniciavam no mundo das artes, particularmente no da pintura.
“O desaparecimento de Mawete foi um vazio para ás artes e para a galeria, essa singela homenagem nos leva a refletir do que fazemos nas pessoas enquanto em vida e nos coloca um pensamento de como é que gostaríamos de ser lembrados a título póstumo. E hoje lembramos o Patrício pela simplicidade que apresentava e pelos suportes que ele deu a muitos artistas. Foi uma pessoa grande e de coração”.
O quadro “Diálogo com o mestre” revela particularidades do homenageado, segundo os colegas ensinou muito sobre arte e tinha muito tempo para transmitir a base para os mais jovens.
O artista plástico Don Cassule argumentou que teve contacto com a figura homenageada e conversavam muito sobre filosofia da arte. Referiu que Mawete teve uma grande dimensão no mundo das artes e que olhava muito para os principiantes, não se preocupava com as experiências que as pessoas tinham, dava uma abertura maior e ensinava tudo que sabia.
Thó Simões, também artista plástico, que tem uma das obras na mostra, disse ter aceite o convite porque Patrício Mawete foi um amigo, companheiro e continuará a ser “a grande alma que foi para todos nós”.
A simplicidade e o carinho, referiu, foram coisas que mais o marcaram durante a convivência de muitos anos, salientando que Mawete era um ser de muita luz, que lhe caracterizava.
“É uma honra, e fico feliz pelo convite feito para participar desta exposição, lamento ser uma homenagem de despedida e sinto que Patrício foi arrancado de nós porque vários são os planos que tínhamos juntos. Mas, continuamos a trabalhar para manter vivos os projectos e farei cumprir o que prometemos um a outro”.
Paulo Benvindo explicou que a homenagem é uma retrospectiva sobre os ensinamentos e os conselhos deixados por Patrício Mawete, acrescentando que o grande objectivo do tributo é fazer valer o contributo que deu nas artes plásticas.