CULTURA ANGOLANA VAI SER MAIS DIVULGADA NO ESPAÇO LUSÓFONO
A troca de experiências literárias e de intercâmbio entre Angola e o Brasil vai facilitar a divulgação da cultura angolana e, principalmente, a expressividade do continente africano no âmbito da cooperação entre a Liga das Escritoras Africanas-Angola e a Liter África Brasil.
A intenção foi manifestada terça-feira, em Luanda, durante um encontro de confraternização entre as duas instituições literárias, realizada no restaurante Sossego, no Talatona.
A comitiva angolana foi chefiada pela presidente da Liga das Escritoras Africanas-Angola, a escritora Marta Santos, enquanto a comitiva brasileira, integrada por 14 elementos, foi encabeçada por João Canda, presidente da Liter África no Brasil.
Na ocasião, a presidente da Liga das Escritoras Africanas-Angola disse que a instituição que preside tem como objectivo trabalhar a cultura e o património cultural do país, em particular, e, do continente africano, em geral, cruzando com os outros parceiros dos diferentes continentes para criar o bem-estar e o estreitamento das relações entre as partes.
A escritora ressaltou que no encontro não estiveram presentes todas as membros da Liga, mas que o propósito é “primeiro trabalhar a nossa cultura para podermos levar ao exterior. Este é o estado de espírito e a nossa angolanidade, que não é uma ciência”, observou.
A presidente disse que a Liga pretende criar uma “união africana” para mostrar ao mundo e pedir igual respeito e similitude, acrescentando que a circulação dos livros não pode pertencer só ao país do escritor.
Marta Santos reforçou que irão registar hábitos e culturas que vão cruzar com outros países africanos e levar a cultura angolana aos quatro cantos do mundo. “Vamos levar o nosso respeito e mostrar que sabemos para onde vamos e a Liga vai ajudar a semear aquilo que ainda não conseguimos”, prometeu.
Para João Canda, presidente da Liter África no Brasil, a cooperação vai reforçar os laços históricos que existem entre os dois países e reconectar os laços por meio de produção cultural artística e académica.
“Vão promover a troca de experiências e de conhecimentos, que podem ser apresentados em várias áreas da vida, tanto no desenvolvimento cultural, como na área da valorização para uma produção que pode contribuir para desenvolver uma economia criativa”, disse.
O presidente da Liter África no Brasil garantiu que se prevê, igualmente, outras questões fundamentais para promover a imagem das escritoras angolanas e principalmente para a atracção turística cultural de Angola.
“Actualmente vejo muita qualidade nos trabalhos literários das mulheres angolanas. É um trabalho que realça as nossas tradições, histórias, hábitos e costumes, porque por intermédio da literatura angolana podemos conhecer Angola”, explicou.
Já a editora brasileira Lirian Seminiquem reforçou que as instituições devem dar mais espaço às profissionais que se dedicam à literatura e facilitar o acesso a eventos que promovem a arte.
“Actualmente vimos muitas mulheres na literatura que contribuem de forma muito directa na divulgação da cultura. É necessário que se dê luz a essas mulheres, porque elas precisam de expressar e contribuir para o desenvolvimento integral da sociedade”, disse.
Quanto à avaliação que faz da contribuição de várias mulheres no mundo literário, a escritora Denise Cangandala, que pertence à Liga Angolana, disse que ainda há uma certa deficiência por causa da falta de motivação, apontando a necessidade de um maior estímulo por parte do Governo.
“Com a Liga das Escritoras Africanas-Angola poderemos impulsionar outras mulheres que fazem arte, porém, é também uma Liga de pessoas que têm uma forte paixão pelas artes e que pode ser desenvolvida noutros ramos da vida”, disse Denise Cangandala.
A actividade contou com a presença de várias mulheres-membros da Liga das Escritoras Africanas-Angola e da Liter África Brasil, assim como de apresentadoras de televisão, escritoras, poetas, poetisas e amantes das artes.