EXPOSIÇÃO APRESENTA IDENTIDADES CULTURAIS E VIVÊNCIAS DAS MULHERES NO CONTINENTE AFRICANO
A exposição das artistas africanas denominada “The Power of My Hands”, que traduzida em português significa “o poder das minhas mãos”, teve a sua inauguração em Luanda, na quinta-feira, no Museu de História Natural. No total, a exposição traz trabalhos de 14 artistas que apresenta as identidades culturais e reflete as vivências das mulheres no continente africano.
A exposição reúne diversas obras, entre quadros, vídeos e instalação, que contam várias histórias e diferentes realidades de países africanos, com o objectivo de criar obras que inspiram a vida quotidiana e familiar e reivindicarem o valor histórico e político do seu trabalho. As obras apresentam e expressam as memórias, famílias, tradições, espiritualidade e abordam a complexidade das relações sociais e o papel das mulheres neste equilíbrio.
“The Power of My Hands” surge no âmbito do projecto Africa 2020 Season, exibido em França, sob curadora independente de Suzana Sousa e de Odile Burluraux, esta última curadora do Museu de Arte Moderna de Paris, e conta com a participação de 16 artistas africanas, explorando temas como o corpo, sexualidade, auto-representação, maternidade e crenças e a relação entre o privado e o público, a partir de noções de memória, família, espiritualidade e imaginação. Em Luanda, será a terceira apresentação deste projecto, depois de Paris e Abidjan.
As artistas apresentadas nesta edição são de países africanos de língua inglesa e portuguesa, nomeadamente Gabrielle Goliath, Keyezua, Lebohang Kganye, Kapwani Kiwanga, Senzeni Marasela, Wura-Natasha Ogunji, Reinata Sadimba, Lerato Shadi, Ana Silva e Buhlebezwe Siwani. Esta edição contou com a participação de três artistas locais que no seu trabalho refletem sobre os mesmos temas, respectivamente Indira Mateta, Pamina Sebastião e Iris B. Chocolate.
Artistas presentes
Presente no momento da inauguração, a artista angolana Ana Silva sublinhou ter feito os trabalhos com material reciclado, acrescentando que a amostra apresentada foi feita de sacos usados nos produtos que as mulheres utilizam nos mercados, para depois trabalhar nos temas em função.
A curadora Suzana Sousa realçou que pretende ter o continente berço como base, de maneira que se encontre pontos no que diz respeito às experiências quotidianas das mulheres.
“Acreditamos que o entendimento de ser mulher é universal e não uma visão do continente africano, mas trazemos uma especificidade das realidades de África e a partilhar as nossas vivências”, defendeu a artista que sobre o próximo destino, avança que pretendem continuar a viajar para outros países.