FESTIVAL INTERNACIONAL ANGOJAZZ COM DADA MARCADA PARA OUTUBRO
O pianista e director artistico Dimbo Makiesse anunciou a realização da segunda edição do Festival Internacional Angojazz,de 6 a 8 de Outubro, com as presenças estrangeiras dos franceses Balthazar Naturel, Stephane Adusuar e Clement Daldosso, o belga Nicolas Kummert, e a nivel nacional, Filipe Mukenga, Dodó Miranda, John Ganga, Fernando Jersy, Kaddes, Gary Sinedima, Trio Convergente e Tuapandula.
Com uma programação de três dias de concertos e palestras, Dimbo Makiesse esteve numa digressão pela Europa onde contactou os artistas convidados e fez intercâmbio musical.
“Os meus dias foram de muita agitação, pois toquei em vários clubes de jazz em Lisboa, Portugal. Depois, na passagem pela Bélgica, toquei com o saxofonista e de seguida recebi um convite para tocar em Paris”.
Nesta digressão de trabalho em Portugal, Espanha, Bélgica e França, onde encontrou os músicos que vão fazer parte do Festival Internacional Angojazz 2023, também começou a gravar um documentário, onde traça a história da sua banda e a sua visão do jazz em Angola, de países vizinhos e parte da sua passagem pela Europa.
Dimbo Makiesse, líder do Angojazz, afirmou que o projecto prima pelo desenvolvimento do jazz em Angola. Desde a sua fase embrionária, o projecto está voltado em pegar os vestígios das nossas músicas incluindo nos “standards” jazz
“Fiquei motivado ao ler o livro do kota Carlos Lamartine pois está nos nossos planos pautar e projectar a nossa música, ter uma academia que vai lançar os bons jazzistas ao nível internacional, pois podemos ver a proliferação dos jazzistas em Portugal que tem como base o estudo do jazz sem esquecer Brasil, África do Sul, entre outros países”.
Ao fazer um olhar retrospectivo, “desde 2015 até hoje, a Angojazz cresceu especialmente e ganhou credibilidade nas embaixadas por causa da excelência e por permanecer confiante no que acreditam, pois conseguimos ver uma luz no fundo do túnel”. Realçou que o trabalho feito no passado pelos pioneiros e a visão do movimento do jazz em Angola, “depois da luta dos pioneiros nesse estilo destacando Jerónimo Belo, que é o padrinho do projecto, pois foi quem apresentou o projecto na Televisão Pública de Angola (TPA), em 2020, em plena pandemia, depois daquela data já não vimos a necessidade de parar, pois até o Herbie Hancock, o embaixador de jazz nos enviou a carta”
Dimbo Makiesse elogiou o esforço e evolução da linguagem jazzística,assim como a sólida relação que mantém com o Instituto Camões, o que na sua óptica aumentou mais a esperança, “depois de nós concederem três bolsas para estudar Jazz em Lisboa, no Luíz Villas-Boas do Hot Club”. O contacto, disse, foi feito num dos eventos que o Camões organizou em Novembro de 2022, com a vinda de Gonçalo Marques e Bruno Santos.
O primeiro Festival Angojazz foi em Dezembro de 2022 quando Dimbo Makiesse convidou o seu amigo saxofonista Belga Julien Hucq, que ficou 13 dias em Luanda a tocar e formar os membros da banda. “Ainda podemos sentir o peso daquele investimento, pois o crescimento tornou-se visível. Tivemos que esvaziar os bolsos e enriquecer as cabeças, para sermos úteis e contribuir no desenvolvimento do país”, disse.