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GRUPO ETU LENE EXIBE “MARCAS DO PASSADO”

 GRUPO ETU LENE EXIBE “MARCAS DO PASSADO”

Grupo Etu Lene

O grupo Etu Lene prevê, para os próximos tempos, a produção de peças de teatro que retratam o quotidiano, sobretudo daquelas personalidades que se destacaram no processo da história do surgimento da nação angolana, garantiu, ontem, em Luanda, o encenador Beto Cassua.

A criação de novos factos culturais, utilizando o teatro como um meio de transmissão de valores é uma das apostas do grupo que vai apresentar no dia 23 deste mês, na Liga Africana, o espectáculo de teatro “Marcas de um Passado”, inserido nas comemorações do centenário de nascimento do primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, assinalado a 17 de Setembro.

De acordo com o encenador a peça gravita em torno de duas famílias, nomeadamente, catetenses e ma-lanjinos, cujo mote da contradição é o facto de dois jovens se amarem e encontraram muitas dificuldades du-rante o relacionamento de-vido o choque cultural entre as famílias.

O espectáculo, disse, retrata vários aspectos socioculturais ainda pouco debatidos ao longo dos anos nas sociedades mais tradicionais, principalmente nas africanas, em geral, em particular na angolana. O cenário escolhido foi o bairro da Calemba, onde no passado existia conflitos devido a hábitos culturais diferentes entre duas famílias tradicionais angolanas.

Beto Cassua explicou que a intenção é trazer a realidade, um passado que poderá ajudar a compreender alguns conflitos do ponto de vista antropológico. “Ainda haje quem se recorde deste caso trazido para o teatro. Foi tabu no século passado. Quem nunca ouviu falar numa grande guerra que aconteceu no bairro da Calemba entre esses dois povos?. Tudo não passava de intriga do colono para melhor reinar e ver os povos irmãos se guerreando”.

Fundado a 26 de Abril de 1993, o grupo de teatro Etu Lene tem um repertório com mais de duas dezenas de espectáculos, com destaque para “Ukumbo”, “O Taxistas e a Sogra”, “Marcas do Passado”, “Balumuka”, “Titanic” e “O feiticeiro e o inteligente”, mais conhecida por “Kamba Mbiji”, com a qual se notabilizou na década de 1990, no programa “Em Cena” da Televisão Pública de Angola (TPA).

O grupo de teatro Etu Lene venceu, em 2002, o Prémio Nacional de Cultura e Artes, na categoria de Artes do Espectáculo.

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