MINISTÉRIO ACTUALIZA LISTA INDICATIVA DO PATRIMÓNIO CULTURAL E NATURAL
O Ministério da Cultura e Turismo trabalha, incessantemente, para a actualização da lista indicativa e posterior candidatura do Património Cultural e Natural de Angola, afirmou, em Havana, uma responsável daquele departamento do Executivo.
Segundo a directora do Instituto Nacional do Património Cultural, Cecília Gourgel, após a elevação de Mbanza Kongo a Património Mundial, a 8 de Julho de 2017, procedeu-se à actualização da lista indicativa, constando a localidade do Cuito Cuanavale, local onde ocorreu um dos mais marcantes e significantes registos da história do processo de libertação dos povos da África Austral e uma das expressões contemporâneas de solidariedade internacional para a defesa dos direitos de liberdade e de independência desses povos.
Cecília Gourgel, que falava quarta-feira num dos painéis do Primeiro Congresso Internacional de Património Cultural, que decorre na capital cubana, referiu-se, também, às pinturas de Tchitundu Hulu, que considerou “os mais belos conjuntos rupestres da pré-história existentes em Angola”.
Tchitundu Hulu é um sítio que, desde 1952, vem suscitando o interesse e a curiosidade de investigadores que têm levantado hipóteses de interpretação, não só no que diz respeito ao local escolhido pelos autores das pinturas e gravuras, mas também acerca das figuras gravadas e pintadas nas rochas.
“O reconhecimento do seu valor universal excepcional à escala internacional reside no facto de se tratar de uma das mais importantes estações de arte rupestre (pinturas e gravuras) do nosso país e da África Austral”, disse aquela responsável do Ministério da Cultura e Turismo.
O sítio, localizado na província do Namibe, é um potencial candidato a Património Mundial, constando na lista das prioridades da UNESCO ao reconhecimento do Património Africano (Arte Rupestre).
Durante a sua intervenção, Cecília Gourgel falou, igualmente, do Corredor do Kwanza como um bem misto, fazendo parte dele seis províncias: Bié, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Bengo e Luanda.
A directora do Instituto Nacional do Património Cultural pontualizou que o Valor Universal Excepcional assenta no facto daquele “Itinerário Cultural” ter sido, durante séculos, uma zona por excelência de comércio a longa distância, conservando um conjunto diversificado de bens culturais e naturais.
Dentre estes bens, encontram-se os fortes e santuários de Muxima, Massangano e Cambambe, a barragem hidroeléctrica, um complexo fabril, as ruínas de Nova Oeiras, a Vila de Calulu, as florestas de Cazengo e de Libolo.
Por último, Cecília Gourgel falou da candidatura dos Sona a Património Cultural Imaterial da Humanidade. Sona são desenhos e figuras geométricas na areia, uma cultura de longa tradição, originária do povo Côkwe, no Leste do país e na fronteira com a República Democrática do Congo e a Zâmbia.
Participaram no evento, que terminou ontem, convidados de países como o Chile, EUA, África do Sul, Angola, México, Argentina, Espanha, Itália, Equador, Brasil, Venezuela, Colômbia, Guatemala, Peru, Martinica e El Salvador.