Originalidade acima de tudo
Da última vez que falei sobre concursos de beleza, teci considerações sobre a falta de originalidade nos mesmos, em particular os que ocorrem nos países africanos. De lembrar, que estava a chamar á atenção precisamente na falta de originalidade, que é norma nos nossos concursos, que nos deixam sem saber ao certo, se são para avaliar a beleza da mulher africana ou europeia.
Mas cá estamos novamente, só que desta vez, não para criticar, e sim para endereçar o nosso carinho e agradecimento, àquilo que foi a demonstração, de que a beleza africana, não precisa ser autenticada com toques europeus e/ou outros para sobrepor ou vencer algum concurso de beleza em qualquer parte do mundo.
E quem fez jus a este facto, foi a Zozibini Tunzi, a candidata sul-africana, que no seu jeito irreverente e único, venceu aos 26 anos de idade, o concurso mundial de beleza, no qual o seu posicionamento ideal, navegou sobre os mares do racismo e do machismo, estes que para ela, são os criadores da baixa-estima, que dificultam as mulheres negras de se verem bonitas. Assim como navegou sobre o pensamento de que a sociedade africana, foi programada durante muito tempo, para que não pudesse ver a beleza de maneira negra. Agora estamos a entrar num tempo em que finalmente as mulheres como ela podem saber que são bonitas.
Já dizia Júlio Verne, “só quando tiverdes aprendido a orientar-vos por vós próprios, podereis considerar-vos firmes nas vossas convicções e podereis defendê-las com suficiente êxito perante quem quer que seja e em qualquer momento e lugar”.
Pois bem, caso para dizer que Zozibini Tunzi, provou para o resto das africanas e o mundo, que não precisa necessariamente ser uma mulher que não passa de uma cópia das mulheres europeias, para vencer o concurso de beleza mundial e não só, e que a originalidade e o posicionamento firme das nossas convicções, são o único combustível necessário para alcançar objectivos não apenas voltados á beleza.