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AUSÊNCIA DE ROTEIRO IMPEDE À EXECUÇÃO DO TURISMO CULTURAL

 AUSÊNCIA DE ROTEIRO IMPEDE À EXECUÇÃO DO TURISMO CULTURAL

Falta de um roteiro turístico definido para o centro histórico de Mbanza Kongo

A falta de um roteiro turístico definido para o centro histórico de Mbanza Kongo, na província do Zaire, enquanto Património Mundial da Humanidade, ausência de intérpretes, continuam a criar obstáculos à dinamização do turismo cultural na região, soube ontem, o Jornal de Angola.

Segundo o responsável do Museu dos Reis do Congo, Kediamosiko Toko, que falava à imprensa, à margem da visita que o norte americano Clarence Gessela efectua, desde segunda-feira, ao Património Mundial da Humanidade, a falta de um intérprete para facilitar a comunicação entre os vários turistas estrangeiros, consta do leque de dificuldades que enfrentam.

“A falta de intérprete dificulta os trabalhos no Museu dos Reis do Congo, sempre que vêm turistas estrangeiros a Mbanza Kongo, bem como ausência de agências de turismo impede a chegada de turistas estrangeiros à instituição. À chegada de Clarence Gessela foi através de uma agência turística de Luanda. Mas, para ele chegar, levou muito tempo por falta de domínio da língua inglesa, foram cerca de três meses”, frisou.

Quanto aos contactos mantidos com o turista norte americano, Kediamosiko Toko avançou que, a sua visita a Mbanza Kongo, enquadra-se no processo de descobrimento da região, onde os seus ancestrais saíram há mais de 400 anos em direcção à América.

“Nos últimos tempos, a cidade património tem recebido muitos turistas estrangeiros. Este, por exemplo, veio para conhecer a nossa história, porque os seus antepassados saíram do Reino do Kongo para Estados Unidos. Vai aprender os nossos usos e costumes, pretendendo, igualmente, saber a língua kikongo durante as duas semanas que aqui vai permanecer”.

Por seu turno, o turista americano Clarence Gessela, que visita Mbanza Kongo, pela primeira vez, disse estar bastante interessado pela cultura do antigo Reino do Kongo, porque pela informação que recebeu dos seus pais, apontam como tendo raízes na região.

“Eu vim para Mbanza Kongo com objectivo de conhecer a região, de onde partiram há mais de 400 anos os meus ancestrais. Ficarei duas semanas para aprender a cultura e a língua da região de onde saíram os meus ancestrais”, avançou.

De acordo com ele, apesar de terem sido milhões de pessoas que teriam sido levadas para as Américas, tem informações de que os seus ancestrais saíram da região de Mbanza Kongo.

“As primeiras pessoas que foram capturadas e levadas aos Estados Unidos saíram do Reino do Kongo. Apesar de terem sido muitas, mas a maior parte saiu daqui de Mbanza Kongo. A pouca informação que tenho, foi conseguida através de documentários e documentos lidos. Os nomes e algumas pesquisas feitas ajudaram-me, igualmente, a obter informação sobre esta região”, acrescentou.

Para o efeito, Clarence Gessela espera obter o máximo de informação   sobre Mbanza Kongo, cuja cultura, desperta grande interesse de estrangeiros, mas a principal barreira, como avançou, tem a ver com a língua.

“Muitos pretendem visitar esta região, mas a língua tem sido a principal barreira para o efeito, daí, muitos procuram visitar mais e com maior frequência o Gana, a Nigéria, o Quénia e a África do Sul, onde o inglês constitui principal cartão de visita”, frisou.

Em função do interesse pela história da região, o turista americano tem agendada uma série de visitas, começa do pelo Museu dos Reis do Kongo, onde pretende colher maior informação sobre Mbanza Kongo, no Lumbu (Tribula Tradicional), o Cemitério dos Reis do Congo, a secular árvore Yala Nkuwo, o túmulo da Dona Mpolo e o Sungilu. As grutas de Nzau Evua, o grupo de dança tradicional Mbanza Mazina constam, igualmente, da agenda de visitas a efectuar na região.

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