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AUTORIDADES EM CABINDA TRABALHAM NA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO LOCAL

 AUTORIDADES EM CABINDA TRABALHAM NA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO LOCAL

Valorização do património histórico e cultural

As autoridades do sector da Cultura em Cabinda estão, seriamente, empenhadas na implementação de acções que visam preservar os monumentos e sítios, com vista a valorização do património histórico e cultural da província.

Em declarações, terça-feira, ao Jornal de Angola, o secretário provincial da Cultura, Ernesto Barros André, assegurou que face a dinâmica da modernidade o património local tem estado a perder o seu impacto na sociedade.

De acordo com Ernesto Barros André, todas essas iniciativas tendentes a valorização do património histórico e cultural da província, que o sector da Cultura leva acabo, estão enquadradas nas Políticas de Desenvolvimento e de Gestão Territorial, tendo reforçado que a conservação dos monumentos e sítios ser imprescindível, face “a dinâmica do desenvolvimento da sociedade que tem estado a contribuir negativamente para a desvalorização desses locais”.

A conservação e consequente valorização do património histórico-cultural da região, frisou, afiguram-se como um pressuposto de extrema relevância por serem elementos basilares para a consolidação e organização da identidade cultural de um povo.

“Os monumentos e sítios têm um significado ‘sui generis’, por serem para além de símbolos que testemunham a nossa história, também a memória colectiva do povo, daí a necessidade da sua preservação para manter o seu valor e o risco de não perderem face a dinâmica de desenvolvimento das cidades” sublinhou, o chefe máximo da cultura no enclave.

O responsável manifestou-se contra o princípio de destruição de locais históricos ao nível da cidade de Cabinda, tal como sucedeu ao local onde  embarcavam os escravos no tempo de tráfico negreiro, hoje transformado num espaço que acolhe o Centro de Conferências de Simulambuco.

Indicou também entre outros locais, o sítio de aparição da sereia “Tchi-muissi”, divindade protectora da cidade de Tchiowa (Cabinda), que se construiu o Terminal Marítimo de Passageiro e um restaurante de um ente privado, a destruição de uma das casas de arquitectura holandesa para a construção da nova sede Político-Administrativa da província e invasão do Cemitério do nobres.

“É preciso preservar o património histórico-cultural para não se perder o legado deixado pelos nossos ancestrais tal como se perdeu o local de embarque de escravo que deu lugar ao Centro de Conferências de Simulambuco, a destruição de uma casa de construção holandesa para construção da nova sede Político-Administrativa da Província e o local de aparição da sereia Tchi-muissi para se erguer o Terminal Marítimo de Passageiros e um restaurante bem como a inovação do cemitérios dos nobres”, reiterou.

A par dos monumentos e sítios tidos como património material, Ernesto Barros André informou que o sector que dirige trabalha no sentido de manter a preservação das línguas locais, danças, canções, indumentárias, culinária, jogos tradicionais de infância entre outros usos e costumes que caracterizam o modus vivendis dos povos autóctones da região mais a norte do país (Cabinda).

“É importante que cada um de nós saiba valorizar as nossas origens, contribuindo, assim na preservação e divulgação das potencialidades sócio-culturais do povo angolano e de Cabinda em particular nos seus mais variados domínios”.

Salientou que a Secretaria Provincial da Cultura tem estado a realizar ciclos de palestras nas escolas da província, no sentido de despertar a consciência dos alunos sobre a importância do património cultural e da necessidade de se conservar o legado ancestral.

Ernesto Barros André, lembrou que a província de Cabinda dispõe de 84 monumentos e sítios históricos inventariados dos quais 24 já classificados como património nacional com destaque para os Bakama ou Zindunga recentemente classificados pelo Ministério da Cultura e Turismo como património Cultural Imaterial.

“Os Bakama ou Zindunga de Cabinda foram classificados muito recentemente como património imaterial nacional. São os terceiros a beneficiarem esta distinção ao nível do país”, disse, anunciando, por outro lado, estar em curso uma proposta da sua inscrição ao nível da UNESCO como Património Mundial.

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