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COREÓGRAFA DEFENDE INVESTIMENTO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ARTE

 COREÓGRAFA DEFENDE INVESTIMENTO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ARTE

Companhia de Dança Contemporânea de Angola

A directora da Companhia de Dança Contemporânea de Angola (CDC Angola), Ana Clara Guerra Marques, defende uma aposta contínua na formação profissional dos professores de arte.

Para a bailarina, um investimento na área de formação de professores e na investigação das vertentes culturais, tanto da dança, música e na criação de mais escolas de artes, impulsionará a divulgação da cultura angolana internacionalmente.

Em declarações à Angop, na sexta-feira, em Luanda, a propósito da situação das artes no país, reiterou que apesar da existência do Complexo das Escolas de Arte (CEARTE), deve-se incluir em todo o currículo escolar a disciplina de arte, desde o ensino de base, e que a mesma seja administrada por especialistas da área.

“Investindo na investigação científica, as pessoas vão perceber o que realmente é essencial, patrimonial e ancestral para o país. É preciso vivenciar a cultura, penso que cada província deveria ter uma biblioteca que retratasse a sua história e tradição, desta forma teria um produto exótico da própria região, de forma atrair turistas nacionais e internacionais”, disse.

Na sua opinião, ainda não se vivencia e nem se valoriza as acções que representam a cultura, de maneira que elas se reflictam na vida social das comunidades.

Ana Clara Guerra Marques reconheceu, também, que a CDC Angola carece de apoios e vive com inúmeras dificuldades.

A coreógrafa foi recentemente homenageada pelo Ministério da Cultura e Turismo pelo contributo e dedicação prestado à cultura nacional e por este gesto mostrou-se regozijada por ser o terceiro diploma de mérito conquistado, o que considerou um reconhecimento aos 40 anos de actividade artística.

Na visão do realizador de cinema, Óscar Gil, também galardoado, deve -se munir os profissionais de arte de ferramentas de trabalho, para que se enriqueça a identidade cultural dos angolanos.

Para o presidente da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC-SA), Zeca Moreno, outro homenageado, iniciativas do género devem ser contínuas porque valorizam o trabalho dos artistas.

Durante a cerimónia, foram também distinguidos o escritor Artur Pestana “Pepetela”, o grupo Lírios, Duo Canhoto, Nova Energia, músico Matias Damásio, União Nacional dos Artistas e Compositor (UNAC) e o escritor Ndalu de Almeida “Ondjaki”.

Ana Clara Guerra Marques é mestre em “Performance Artística – Dança” e Licenciada em Dança na área da Educação. Inicia os seus estudos em dança aos oito anos de idade.

Bailarina, coreógrafa e investigadora, tem vários artigos publicados em periódicos angolanos e revistas de especialidade estrangeiras e é autora dos livros “A Alquimia da Dança” (1999), “A Companhia de Dança Contemporânea de Angola” (2003), “Para uma História da Dança em Angola – Entre a Escola e a Companhia: Um Percurso pedagógico” (2008), “Memória Viva da Cultura do Leste de Angola” (2012), “Máscaras Cokwe: A Linguagem Coreográfica de Mwana Pwo e Cihongo” (2017), “Lugares In(corpo)rados” (2021) e “Companhia de Dança Contemporânea de Angola – 30 anos de Resistência” (2022).

Trabalhou durante 37 anos no Ministério da Cultura angolano, onde foi directora e professora da Escola de Dança; autora das primeiras acções para a fundação de um ensino profissional das artes em Angola; membro das comissões instaladoras do Instituto Superior de Artes, dos Institutos Médios de Artes e da comissão interministerial para a criação do Sub-sistema de Educação Artística em Angola. Foi também Consultora do Vice-Ministro e da Ministra da Cultura de Angola.

Pioneira da dança contemporânea em Angola, funda a primeira companhia profissional angolana, a Companhia de Dança Contemporânea de Angola, com a qual propõe novas formas e conceitos de espectáculo, dividindo a sua criação entre a intervenção / crítica social e a extensão artística do seu trabalho de investigação sobre as danças patrimoniais angolanas, com incidência na cultura cokwe. A implementação da Dança Inclusiva é outra das suas contribuições para uma diversificação do olhar sobre a dança em Angola. Entre as peças de sua autoria estão “A Propósito de Lueji” (1991), “Mea Culpa” (1992), “Imagem & Movimento” (1993), “Palmas, Por Favor!” (1994), “Neste País…” (1995), “Agora não dá! ‘Tou a bumbar…” (1998), “Os quadros do verso vetusto” (1999), “Peças para uma Sombra Iniciada e Outros Rituais Mais ou Menos” (2009), “O Homem que Chorava Sumo de Tomates” (2011), “Ceci n’est pas une porte” (2016), “O monstro está em cena” (2018) ou “Isto é uma Mulher?” (2022).

Como reconhecimento da sua contribuição para o desenvolvimento das artes e da cultura em Angola, foram-lhe atribuídos o “Prémio Nacional de Cultura e Artes” (2006), o prémio “Identidade” da União Nacional dos Artistas e Compositores (1995), os Diplomas de Honra (2006) e de Mérito (2016) do Ministério da Cultura de Angola e o “Diploma de Honra – Pilar da Dança” da UNAC (2011).

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