Rádio Muzangala

EXECUTIVO ALTERA QUALIFICAÇÃO DO MUSEU ETNOGRÁFICO DO CONGO

 EXECUTIVO ALTERA QUALIFICAÇÃO DO MUSEU ETNOGRÁFICO DO CONGO

Museu Etnográfico do Congo

O Executivo angolano decidiu alterar a denominação do “Museu Etnográfico do Congo”, criado em 1887, passando, doravante, a chamar-se Museu do Uíge, depois de reaberto, oficialmente, ao público, no passado dia 21 deste mês.

Segundo o director do Museu do Uíge, Gomes Costa, a mudança decorre do facto de existir uma coincidência com a designação do Museu dos Reis do Kongo, existente da cidade de Mbanza Kongo, a primeira entidade que requereu e registou a denominação no Ministério da Cultura.

“Não podem existir duas instituições na mesma região e quase com o mesmo nome, daí que o Museu no Uíge deixa de se chamar Museu Etnográfico do Congo e passa a ser chamado Museu Etnográfico do Uíge. Todo esse processo forçou com que o museu mudasse de nomenclatura”.

Gomes Costa disse que o então Museu Etnográfico do Congo nunca tinha sido escrito no panorama das instituições museológicas a nível do país, estando a funcionar sem este pressuposto legal.

O museu do Uíge foi reaberto ao público no dia 21 de Julho do corrente ano, contando com cinco salas e departamentos de serviços administrativos, técnicos, finanças, animação cultural e de museografia, que se ocupa da conservação dos símbolos culturais da região.

A instituição dispõe, ainda, de uma sala multidisciplinar, onde se pode localizar um compartimento denominado “Agostinho Neto”, com várias informações culturais, etnográficas e imagens fotográficas sobre a sua trajectória histórica antes e após a época colonial.

Quadros e fotos com ilustrações de educação religiosa, trabalhos forçados, revolta contra a opressão colonial, as lutas que se travaram para a Independência e retratos sobre a africanidade estão, igualmente, expostos no museu reformado.

A sala reservada à pesca e à agricultura tem presente vários utensílios ligados aos dois sectores, que ilustram a actividade piscatória e agrícola, bem como figuras destes ramos, com destaque para uma estátua que simboliza uma agricultora a transportar um cesto com alimentos, caracterizando a força das mulheres do município do Kimbele e Maquela do Zombo.

O actual Museu do Uíge dispõe, ainda, de novas peças, que Gomes Costa considera “muito valiosas”, retratando uma variedade histórica da realidade do povo Bakongo, assim como plantas e utensílios, como cabaças relacionadas a figuras, assim como palmeiras, que caracterizam a região do Vale do Logi, produtora de grandes quantidades de dendém, com que se extrai óleo de palma e muamba, bem como bebida, larvas e insectos comestíveis.

A instituição tem compartimentos onde podem ser encontrados artefactos relacionados à caça, instrumentos musicais, olaria, cestaria, entre outros, que representam os diversos grupos culturais, flora e fauna da província do Uíge.

As peças mais raras que se encontram no museu, disse, são máscaras que representam uma cultura ligada ao povo bayaca, um grupo étnico com ligações ao antigo Império Lunda, que se encontra localizado no município do Kimbele, sobretudo nas regiões do Kwangu e Auto Zaza.

Rádio Muzangala

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Relacionados

WP Radio
WP Radio
OFFLINE LIVE