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“EXPO-RIBAS” APRESENTADA NA CASA DE CULTURA ANGOLA NA BAHIA

 “EXPO-RIBAS” APRESENTADA NA CASA DE CULTURA ANGOLA NA BAHIA

Infância, juventude e vida adulta de Óscar Ribas

Uma exposição documental com 30 fotografias a cor e preto e branco, que ilustram a infância, juventude e vida adulta de Óscar Ribas, com destaque a convivência familiar, foi inaugurada ontem na Casa de Cultura Angola na Bahia, na cidade de Salvador, no Brasil.

Trata-se da continuidade da mostra “Expo-Ribas”, desta vez no Brasil, de acordo com o director da Casa-Museu Óscar Ribas, Sidónio Domingos, que deu a conhecer, ontem, em Luanda, no programa radiofónico Conversa à Sombra da Mulemba, da Rádio Mais, que teve lugar na Universidade Óscar Ribas, em Talatona.

Na capital do Estado da Bahia, região fora de África com mais população negra, a exposição fica patente até sexta-feira, e ilustra parte do acervo da Casa-Museu, que contém mais de 200 cassetes em fitas magnéticas.

“Temos necessidade de digitalizar todo o acervo da Casa-Museu para posterior publicação”, disse o director, “por que são obras que as pessoas desconhecem”.

António Cutema, professor de Literatura na Universidade Agostinho Neto (UAN), considerou Óscar Ribas como um dos maiores etnográficos de Angola. Um dos convidados do programa radiofónico Conversa à Sombra da Mulemba, dedicado à vida e obra de Óscar Ribas, o académico afirmou que Óscar Ribas foi um investigador que tinha necessidade de recolher tudo que estava relacionado com a cultura do país.

Referiu que, na altura, o escritor precisava apresentar Angola ao mundo, por meio de canções, danças e provérbios recolhidas através da tradição oral. Segundo o professor, as obras publicadas em 2009 e 2014, contêm uma nota em que o autor esclarece que não foi possível retrabalhar – actualizar – a questão das danças em função da extinção de alguns estilos.

“A título de exemplo, eu estudo literatura e não danças, se fizesse parte de um grupo de especialistas jamais conseguiria demonstrar por via de textos os bailados. Carecia, para o efeito, de uma pessoa especializada em danças (contemporânea ou tradicional) para transpor o que está em papel para o real com maior criatividade”.

Considerou Óscar Ribas um dos pioneiros da ficção, que começou a escrever com 18 anos, sendo a primeira publicação feita em 1927.

“Na época, o governador português Coutinho defendia o ensino da língua portuguesa sem independentemente do estatuto ou raça, e o escritor já fazia coabitar dois idiomas nesse período, que era a própria língua portuguesa e o kimbundu”.

António Cutema lembrou que a literatura tem sido veículo da cultura, e não se discutia cultura angolana sem olhar para Óscar Ribas, “por isso, há necessidade de se revisitar as suas obras”.

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