KANGUIMBO ANANAZ DESTACA NETO COMO FONTE DE INSPIRAÇÃO

A escritora Kanguimbo Ananaz destacou, em Luanda, o Primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, o quotidiano e as mulheres angolanas como suas principais fontes de inspiração.

A revelação de Kanguimbo Ananaz foi feita quando respondia a estudantes de Literatura Africana”, de vários países, na sequência da sua dissertação sobre o seu “Processo de criação e percurso literário”, na I Jornada de Literatura Afro.

O encontro, uma iniciativa de vários departamentos de Culturas da Argentina, foi realizado, sexta-feira, no sistema híbrido, e reuniu, presencialmente, mais de 50 autoras de vários países.

A escritora que discursou “via zoom”, no painel sobre “Mesa de Poetas: Diálogos e leituras de poesia”, com escritoras em representação de países de expressão inglesa e espanhola, em que participaram escritoras de países de expressão inglesa e espanhola, disse que o Primeiro Presidente da República de Angola, Agostinho Neto, é a sua fonte de inspiração e principal referência literária.

Segundo Kanguimbo Ananaz, a qualidade da obra de Agostinho Neto, a tenacidade e a postura pela forma como se opôs ao domínio colonial português são aspectos a ter em conta e que merecem maior divulgação.

“Neto é, para mim, indiscutivelmente, o Poeta Maior, pela forma como descreveu o que lhe via à alma, e grande fonte de inspiração”, disse, acrescentando que as mulheres, o quotidiano, e os usos e costumes angolanos são parte do que a inspira a escrever.

A escritora abordou ainda sobre o seu processo de criação e percurso literário, coroado com a publicação de 14 livros, disse que “as minhas influências estão ricas em histórias que, se levadas para a ficção, são um grande contributo para divulgação do que melhor se produz em Angola”.

Além de dissertar, numa comunicação que durou mais de 30 minutos, Kanguimbo Ananaz falou sobre a sua mais recente obra literária, “Nas entranhas do mar”, editado em inglês e espanhol, com selo da Universidade Playa Ancha, do Chile, recitou três poemas, tendo mais tarde explicado sobre o que a motivou a produção dos textos.

Kanguimbo foi a única representante da região da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) no encontro.

A Jornada de Literatura Afro é iniciativa de vários departamentos de Culturas da Argentina, que nasceu como um projecto de pesquisa e desenvolvimento, denominado: “Memórias transacionais: caminhos da violência nas produções culturais da América e da África, com especial atenção às literaturas. Notas para um diálogo Sul-Sul”.