MÚSICO ZECA MORENO ESCLARECE ASSOCIADOS SOBRE OS TEMAS TRATADOS
Presidente da União Nacional dos Artistas e Compositores-Sociedade de Autores
O presidente da União Nacional dos Artistas e Compositores-Sociedade de Autores (UNAC-SA), Zeca Moreno, explicou, terça-feira, no Palácio de Ferro, em Luanda, os principais pontos abordados durante a audiência com o Presidente da República, João Lourenço, no passado dia 7 deste mês, no Palácio Presidencial.
O encontro surgiu da necessidade da UNAC-SA transmitir, com toda a clareza, aos seus membros os assuntos tratados na audiência, no quadro dos encontros promovidos pelo Presidente da República, João Lourenço, com as organizações da sociedade civil.
O primeiro assunto abordado, explicou Zeca Moreno, foi o da recuperação do Campo da Tourada, localizado no distrito urbano da Maianga, no sentido de o transformar numa “Casa Cultural”, de forma a acolher todo o movimento cultural e artístico promovido, especialmente, na capital do país.
Por estar localizado numa área privilegiada de confluências, ressaltou, a Tourada mais facilmente facilita o acesso de pessoas provenientes da parte urbana e suburbana da província de Luanda, por isso seria um grande investimento. Zeca Moreno informou ainda que o Chefe de Estado colocou a Tourada na agenda das prioridades e provavelmente a sua recuperação aconteça no prazo de 24 meses.
Dentre outros assuntos, disse, esteve, também, a proposta da UNAC-SA para a instituição no currículo escolar de uma disciplina que abordasse sobre a Cultura Nacional. Na sua visão, com essa disciplina a ser ensinada nas escolas do país, seria a melhor forma de ajudar a preservar a identidade cultural angolana e a juventude teria uma bússola para se guiar no meio desta globalização que procura acabar os hábitos e costumes locais nas zonas urbanas de África. “Com o excesso da aculturação corremos o risco das gerações seguintes não terem identidade, então é necessário que se mude o panorama”, disse Zeca Moreno.
A necessidade de se criar um “Torneio Desportivo”, para ocupar a juventude como forma de a afastar da criminalidade, foi outra proposta apresentada ao Presidente João Lourenço, bem como a necessidade de um financiamento para as iniciativas de âmbito artístico e cultural. “É preciso constituir-se um Fundo Nacional de Apoio à Classe Artística, com uma gestão autónoma do Ministério da Cultura e Turismo, que servirá para a investigação científica no domínio da cultura e para a produção da arte e cultura”, afirmou.
Enquanto não existir o financiamento, continuou, pediu que se faça um “alívio fiscal” para os materiais e acessórios artísticos, sobretudo os utilizados pelos instrumentistas. Os equipamentos, explicou, por não serem produzidos no país são comercializados a preços muito altos, ultrapassando muitas vezes os rendimentos mensais dos artistas. “As obras nacionais não passam na rádio e na televisão e se passam são poucas e para passarem muitas vezes têm de ser pagas. Por isso, conversamos com o Presidente da República para ver a situação, porque as obras nacionais devem ser priorizadas”.
O presidente da UNAC – SA disse, ainda, que se pediu ao Chefe de Estado que se incluam os artistas nos projectos habitacionais, como os das centralidades, por serem profissionais como quaisquer outros. “Fomos recebidos com bastante abertura e simpatia, o que nos deu toda a liberdade para expormos as ideias e preocupações enquanto organização que procura defender os interesses da classe”, finalizou.
Na audiência com o Presidente da República estiveram o presidente da Comissão Directiva, Zeca Moreno, a vice -presidente, Conceição Diamante, e o secretário-geral da UNAC-SA, Eliseu Major.
No encontro de ontem, no Palácio de Ferro, participaram associados das mais diferentes áreas artísticas.
