OBRAS PARA MUSEU DO CINEMA AGUARDA PELO PAGAMENTO DO EMPREITEIRO
Museu do Cinema e das Imagens em Movimento
O início das obras para a construção do Museu do Cinema e das Imagens em Movimento depende do primeiro pagamento ao empreiteiro, uma vez que o caderno de encargos e os termos de referência já foram assinados em Agosto, segundo o director do Instituto Angolano de Cinema e Audiovisual (IACA), Asdrúbal Rebelo.
Em entrevista ao Jornal de Angola, o cineasta que dirige o IACA há cinco meses considera o futuro Museu do Cinema e das Imagens em Movimento como o virar da página no país em relação a atenção que o Executivo confere à Sétima Arte nacional.
“O pagamento depende das Finanças”, realçou o cineasta ansioso em materializar um projecto que acredita vai mudar o cenário da História do cinema angolano.
Asdrúbal Rebelo referiu que as obras têm a duração de 12 meses, e garantiu estarem criadas as condições para o arranque dessas obras que se traduzem na requalificação das antigas salas do cinema Alfa, na Maianga, para a criação do Museu Nacional do Cinema e das Imagens em Movimento, em Luanda.
Na óptica do director, as obras “já deviam ter arrancadas”, pois, disse terem o projecto concluído, assinou-se o contrato com a fiscalização e com o empreiteiro. “O contrato foi assinado a 25 de Agosto, com o empreiteiro e a fiscalização, que são empresas nacionais”.
Questionado sobre o que realmente vai ter no Museu, o director afirmou que das duas salas actuais vão ser construídas quatro salas de cinema, tendo em conta o novo conceito de sala de cinema.
Uma das salas fica voltada à actividade da Cinemateca Nacional com a finalidade de acolher as sessões de estreias e antestreias de filmes nacionais, e ciclos de cinema ou mostras semanais. O espaço, e com base numa programação cinematográfica poderá albergar, também, ciclos de realizadores, semanas de cinema angolano, africano, francês, português, italiano.
Com base nas explicações do director, a sala da Cinemateca vai ter um palco com camarim para apoio às peças de teatro e pequenos espectáculos musicais – mais íntimos – tais como trova, música lírica, ao invés de shows barulhentos ou agitados. As outras três salas, cada uma com 150 a 200 lugares, para exibição de cinema classe B – cinema comercial – vão ser alugadas, com base na melhor proposta, à Cine Max ou à Zap Filmes, empresas que já receberam cartas/convites. Isto para se garantir a exibição regular de filmes, e permitir que haja uma renda para o funcionamento quer do próprio museu quer do IACA.
O empreendimento vai, também, congregar um restaurante cuja gestão pode ser privada. O número um do IACA referiu que conceberam uma área para formação em cinema, a ser promovida pelo museu com suporte das máquinas de filmar e de projecção, e inclui um centro de documentação com uma sala de 30 lugares – espaço da antiga EDECINE – que servia para visionamento dos filmes. “Tudo isso, vai ser parte integrante da Cinemateca, dando continuidade a isto que nós chamamos formação para cinema, com a participação das escolas”, disse o director.
Com a colaboração de vários parceiros, o museu vai pretender criar espaços para exposições temáticas para mostras de diversos artefactos (fotos, cartazes, vídeos, som, trajes ou guarda-roupa de filmes de época) sobre figuras emblemáticas do cinema mundial, como Charles Chaplin e Super Homem, sendo uma das vertentes pedagógicas para crianças e adultos poderem acompanhar uma vasta programação da parte da cinemateca.
O museu contempla dois andares, além do rés-do-chão, e conta, com base no projecto, com um set de rodagem, no âmbito da programação cultural destinadas aos alunos de escolas públicas cujos acessos vão ser com base em acções gratuitas.
Em termos de empregos e funcionários, “o que podemos dizer é que vamos potencializar 8 trabalhadores para obterem formação, reciclagem ou capacitação, sempre estiveram a par dos serviços a nível das estruturas que superintendem a actividade cinematográfica no país, que sempre trabalharam connosco, depois vamos recrutar jovens para alguns postos, mas, é prematuro falarmos sobre essa questão da empregabilidade ou gestão do museu. O mais importante é a recuperação do arquivo”.
