PÚBLICO LOTA ABERTURA DO LUANDA CARTOON
Festival Internacional de Banda Desenhada e Animação
A cerimónia de abertura da 19ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada e Animação “Luanda Cartoon” teve lugar, sexta-feira, no Instituto Camões – Centro Cultural Português, em Luanda, com os espaços todos lotados.
Crianças, adolescentes, jovens e “kotas” preencheram o auditório e as duas salas de exposições, além do pátio, logo à entrada do Instituto Camões. Sob o lema “Economia Azul”, as obras têm como foco despertar a atenção da sociedade angolana para a preservação do ambiente marinho, bem como explorar mais e melhor os seus recursos do mar e fluvial.
A direcção do festival escolheu esse tema para incentivar, também, os jovens sobre a necessidade de se desenvolver a economia nacional socorrendo-se desse meio aquático para potencializar as famílias e a economia nacional, em geral.
Do festival fazem parte 50 artistas, entre nacionais e internacionais. Rafael Coutinho, um dos maiores cartoonistas do Brasil, é um dos artistas mais acarinhado desta edição. Do lado dos estrangeiros, fazem parte, também, cartoonistas, ilustradores e banda desenhistas da República Democrática do Congo e de Portugal. Entretanto, o festival conta, maioritariamente, com artistas nacionais, com destaque para 16 crianças do Centro de Acolhimento de Crianças Arnaldo Janssen (CACAJ), situado no bairro Palanca.
Centenas de visitantes tentavam, a todo o custo, observar as cerca de 70 obras de banda desenhada (BD) expostas no local. Estão expostas oito obras do brasileiro Rafael Coutinho, quatro da portuguesa Teresa Pestana, duas do congolês Jeremie Nsigui, entre outros artistas provenientes destes países.
Entre os artistas nacionais, há duas de Altino Chindele, o mesmo número para Paulo Airosa, Josue Julibeu e Breno Lima. Os artistas Firmino Tumbula, Jack, Lubaki, Nádia Sebastião e King André expõe cada uma obra.
A mostra, além do Camões, nesta edição regressou ao espaço do Belas Shopping, em Talatona, e pela primeira vez está patente na Centralidade do Kilamba, Red 24.
A exposição, que decorre até ao dia 19, pode ser visitada pelo público sem restrições, quer no Belas Shopping, quer na Centralidade do Kilamba, enquanto a do Camões está aberta, apenas, no horário normal de funcionamento do Centro Cultural Português.
Cooperação artística
O cartoonista brasileiro Rafael Coutinho mostrou-se grato por participar no Luanda Cartoon e, sobretudo, por interagir e ver de perto a banda desenhada angolana.
Armando Diogo, um dos visitantes, esteve pela primeira vez no Luanda Cartoon, e considerou o evento genial. Os participantes, na sua maioria, mostraram-se maravilhados com o nível de organização do evento, com a qualidade das obras, o colorido, e os desenhos animados exibidos, incluindo as mensagens (argumentos ou textos das pranchas), e dos desenhos animados.
André Tchicomo, também visitante, considerou o festival uma iniciativa que tem tudo para atingir um patamar maior e ajudar na ampla divulgação, preservação e desenvolvimento da cultura nacional. O Festival “Luanda Cartoon” é uma forma de arte que conjuga texto e imagens na narrativa de histórias dos mais variados géneros e estilos. O evento é co-organizado pelo Centro Cultural Português e pelo Estúdio Olindomar e reúne, anualmente, autores de banda desenhada, cartoonistas, ilustradores e animadores profissionais, amadores e fãs. À semelhança dos anos anteriores, o evento contou com obras de cartoonistas internacionais de Portugal, República Democrática do Congo e do Brasil.
A nível do país e, provavelmente, no seio dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), o Luanda Cartoon, que completa 20 anos de existência, embora tenha ficado estagnado numa das edições por causa da pandemia, é dos mais concorridos eventos culturais sobre artes visuais, tendo em conta a adesão de diferentes estratos sociais e faixas etárias.
