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REALIZADOR LOVE ME RESILIENTE NA LINGUAGEM DO CINEMA ANGOLANO

 REALIZADOR LOVE ME RESILIENTE NA LINGUAGEM DO CINEMA ANGOLANO

Realizador e cineasta Love Me

O realizador e cineasta Love Me tem atravessado as diversas etapas históricas que marcam o percurso dos audiovisuais no país, resistente às intempéries que se registam no cinema angolano desde os primórdios da sua instauração, após a proclamação da independência.

Começou no cinema militar e, subitamente, passou para o antigo Instituto Angolano de Cinema (IAC), mais tarde à televisão quer no campo da ficção quer no documentário criativo até chegar às produções independentes

Alberto Adão Sebastião, de nome artístico Love Me, é um cineasta angolano que começou a trabalhar nos primórdios do cinema angolano, após a proclamação da independência nacional, em 1975.

Cineasta da primeira geração (1975-1985), o desempenho profissional de Love Me transcende as demais gerações resistindo tanto do ponto de vista técnico e estético, quanto do conceptual. Começou a filmar em película, migrou para o vídeo, e hoje corresponde às vaidades do digital, à semelhante dos seus contemporâneos Asdrúbal Rebelo, Óscar Gil e Nguxi dos Santos, que actualmente continuam firmes paralelamente aos jovens da quarta geração do cinema angolano.

Defensor de um cinema genuinamente angolano e africano cuja matriz assenta no dia-a-dia das populações, nos feitos das figuras históricas da vida política, militar, das artes e da cultura, dos desportos e demais áreas do saber.

Guionista, realizador e produtor, nasceu em Luanda, aos 29 de Maio de 1959. Fez o ensino primário na escola São Domingos, o preparatório no Emídio Navarro, actual Ngola M’bande, passou pelo N´gola Kiluanji, fez o Pré-Universitário de Ciências Sociais (PUNIV) e, em 1989, frequentou um curso intensivo na Universidade Valladoid-Espanha, na vertente de Realização de Cinema e Televisão.

Foi assistente de Ruy Duarte de Carvalho, integrou a equipa de produção de “Comboio da Canhoca” de Orlando Fortunato, dirigiu várias equipas do extinto Laboratório Nacional de Cinema, com Manuel Mariano (operador de câmara), Luís Kandjimbo (assistente de câmara), Carlos Benchimol (operador de som), e tantos outros profissionais que marcam a filmografia nacional.

Cineasta que enfrenta as peripécias que a Sétima Arte vive ao longo dos 48 anos de Angola independente, Love Me tem sabido corresponder às tendências estéticas, técnicas e conceptuais em que atravessa a sociedade angolana, desde o período mono partidário ao multipartidarismo até à actual época febril, ou viral, do digital.

Em 1980, pouco tempo depois de ingressar nas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), foi convidado para integrar nos quadros do Estúdio Cinematográfico das FAPLA como realizador, onde trabalhou como efectivo vários anos.

Mais tarde, entra para o Instituto Angolano de Cinema (IAC), como assistente de realização. A partir de 1982, assume a categoria de assistente de realização e produção de Ruy Duarte de Carvalho, no filme “Nelisita”, uma das primeiras obras de ficção de Angola independente, rodada em 1982 no município da Chibia, província da Huíla. E no mesmo ano, íntegra a equipa de produção da emblemática tragédia “Comboio da Canhoca” de Orlando Fortunato.

Apaixonado pelo cinema documental, embora tenha se firmado como realizador de cinema militar na extinta FAPLA, os filmes de Love Me atendem a vida urbana e rural, como o quotidiano das cidades, as artes e a cultura endógena, que constituem as principais atenções do seu olhar cinematográfico. Porém, nunca abdicou do cinema militar até a presente data em que se dedica na produção e realização de documentários históricos sobre as Forças Armadas Angolanas (FAA).

Em 1983, numa fase mais amadurecida, Love Me assume a função de realizador com documentário “O Trânsito”, um filme sobre o caos da circulação automóvel e o mau comportamento dos automobilistas na cidade de Luanda.

No ano seguinte, 1984, realiza a ficção “Ngudia ya Nkama”, sobre a entronização da rainha de Cafunfo-Loremo, rodado na província da Lunda-Norte. Quer no documentário quer na ficção, as equipas de produção eram formadas pelos profissionais Carlos Benchimol (operador de som), Manuel Ramos “Zequinhas” (assistente de câmara), Manuel Mariano (operador de câmara), Luís Kandjimbo (assistente de câmara), e outros profissionais do cinema angolano.

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