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TEXTOS DE DEOLINDA RODRIGUES SÃO APRESENTADOS AO PÚBLICO

 TEXTOS DE DEOLINDA RODRIGUES SÃO APRESENTADOS AO PÚBLICO

Exposição documental apresenta um total de 18 escritos da nacionalista Deolinda Rodrigues no Memorial António Agostinho Neto.

Um total de 18 escritos da nacionalista Deolinda Rodrigues foi exposto sexta-feira, em Luanda, no Memorial António Agostinho Neto.

A exposição documental traz à apreciação do públi-co memórias e textos literários baseados no diário da nacionalista.

Com o título “Diário de um Exílio sem Regresso”, a exposição, de acordo com o presidente do Conselho de Administração (PCA) do Memorial, António Fonseca, é parte das actividades para celebrar o Dia de África, assim como divulgar parte do diário da nacionalista.

A história de Deolinda Rodrigues, afirmou o PCA, é muito intensa, por trazer à análise várias facetas da nacionalista, inclusive narrações de histórias, canções e poemas. “São extractos do diário original, escrito pela guerrilheira Deolinda Rodrigues, com referências das várias fases e factos da luta de libertação nacional.

A exposição, disse, superou as expectativas. “Tivemos um número elevado de visitantes na abertura e esperamos que o número continue até o encerramento. Apelo aos estudantes e professores a  visitarem o Memorial para conhecerem a exposição”, realçou.

O curador da exposição, Rigoberto Fialho, afirmou retrata ainda aspectos importantes da vida de Deolinda Rodrigues, enquanto nacionalista, no período de 1956 à 1967. Os textos passaram por um processo de restauro, realizado pelo Arquivo Nacional do Tombo (ANTT), em Portugal.

“A metodologia de trabalho realizada pelo Arquivo do Tombo foi desenvolvida a partir   do ponto de vista de conservação preventiva dos documentos”, afirmou, além de acrescentar que com a mostra foi possível mostrar partes da vivência de Deolinda Rodrigues, desde a clandestinidade, os poemas e canções, estudos e textos ligados a família e amigos.

“Estão aqui expostos textos da nacionalista, alguns escritos por ela em várias línguas,  desde o inglês, ao alemão e português. A exposição traz também algumas referências culinárias, com algumas receitas de pratos nacionais típicos, assim como fotos de viagens que fazia durante as missões. Entre os poemas, o destaque vai para o ‘Mamã África’. São registos que mostram o conceito dela como  guerrilheira e nacionalista”, referiu.

Além da exposição foi ainda realizada a venda do livro da nacionalista, “Uma viagem sem Exílio” e a exibição do  filme “Langidila”, para as pessoas poderem perceber o conceito de vida de Deolinda Rodrigues e como ela contribui para a libertação do país.

A exposição fica patente até ao dia 31 de Julho, no Memorial António Agostinho Neto, de segunda à sexta-feira, das 8h00 às 15h00, e sábado das 9h00 às 13h00.

O escritor Roberto de Almeida, irmão da nacionalista, felicitou a iniciativa do Memorial na preservação dos escritos e mostra-se satisfeito pelo facto de muitas pessoas terem aceite o convite de assistir a exposição.

“O material chegou até mim em 1974  já degradado. Mas foi feito um belo trabalho de restauro e conservação, que permitiu juntar várias pessoas, sobretudo mulheres, num único espaço”, destacou.

A médica Natália da Conceição, outra das convidadas, recordou os bons momentos que passou com Deolinda Rodrigues, na altura com 7 anos. “Ao ver a exposição, senti imensa saudade, porque Deolinda era muito carinhosa, gostava de crianças e tinha uma capacidade  enorme de ensinar. Ela era apaixonada por música e muito dedicada à leitura. Passei momentos bons ao lado dela”, disse.

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