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UNESCO PLANEIA CRIAR MUSEU VIRTUAL DE OBJETOS CULTURAIS ROUBADOS

 UNESCO PLANEIA CRIAR MUSEU VIRTUAL DE OBJETOS CULTURAIS ROUBADOS

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

A UNESCO vai criar um museu virtual imersivo de objetos culturais roubados, com vista a sensibilizar o público em geral para o tráfico ilegal de bens culturais e para a recuperação de peças roubadas.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) anunciou, na sua página de Internet, a intenção de criar “o primeiro museu de realidade virtual imersiva de objectos culturais roubados à escala mundial”.

Este projecto “contribuirá para sensibilizar o público em geral para as consequências do tráfico ilícito de bens culturais e para a recuperação de objetos roubados”.

“Os visitantes poderão explorar virtualmente espaços como num museu real e ter acesso a materiais digitais educativos. O museu incluirá também histórias e testemunhos das comunidades locais”, acrescenta.

“Por detrás de cada obra ou fragmento roubado está um pedaço de história, de identidade e de humanidade que foi arrancado aos seus guardiães, tornado inacessível à investigação e que corre agora o risco de cair no esquecimento”, afirmou a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, citada pelo jornal The Guardian.

“O nosso objetivo é voltar a colocar estas obras no centro das atenções e restaurar o direito das sociedades a acederem ao seu património, a vivenciá-lo e a reconhecerem-se nele”, disse a responsável numa reunião de representantes nacionais em Paris, segundo o mesmo jornal.

O museu será desenvolvido conjuntamente pela UNESCO e pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), em colaboração com outros parceiros técnicos e com as comunidades locais.

De acordo com a base de dados da Interpol relativa a objetos culturais roubados de museus, coleções e sítios arqueológicos em todo o mundo, são mais de 52.000 os objetos listados.

O The Guardian avança que o museu virtual está orçado em 2,5 milhões de dólares (2,37 milhões de euros) e deverá abrir em 2025.

Os visitantes poderão navegar numa sucessão de espaços virtuais que contêm imagens 3D detalhadas dos artefactos, cada uma acompanhada de materiais que explicam o seu significado cultural único, incluindo histórias e testemunhos de comunidades locais, especifica, adiantando que a UNESCO manterá em sigilo quais os objetos que farão parte da coleção inicial, até pouco tempo antes da abertura do museu.

De acordo com a Coligação de Antiguidades, uma Organização Não Governamental sediada nos Estados Unidos, entre as peças mais importantes atualmente desaparecidas a nível mundial conta-se uma inscrição em pedra de alabastro do século III retirada do templo de Awwam, no Iémen, entre 2009 e 2011.

A lista da coligação inclui ainda um relevo em marfim do século VII a.c. de um leão que ataca um núbio, roubado do Museu de Bagdade em 2003; uma máscara de pedra verde saqueada do lugar Maia de Rio Azul, na Guatemala, na década de 1970; e uma estatueta de Varaha dos séculos V-VI retirada de um complexo de templos no Rajastão, na Índia, em 1988.

“Estes são objetos que existem fisicamente, mas não sabemos onde”, disse Ernesto Ottone, diretor-geral adjunto para a Cultura da UNESCO, ao The Guardian, acrescentando esperar que a sua exposição virtual, historicamente contextualizada, ajude os jovens a compreender a sua importância, mas também ajude a recuperá-los e a promover o repatriamento de bens culturais em geral”.

Logicamente, o objetivo final deste museu é o seu próprio desaparecimento, disse.

“É o contrário de um museu normal, cuja coleção continua a aumentar. Com este, esperamos que a coleção diminua, à medida que as peças forem sendo recuperadas uma a uma”.

O arquiteto do projeto é Francis Kéré, vencedor da edição de 2022 do prestigiado prémio Pritzker para a arquitetura.

Francis Kéré, natural do Burkina Faso, concebeu uma “rampa” virtual extensível, contida num globo que liga regiões, países, culturas e as 600 peças que constituirão a coleção inaugural, revela o jornal, acrescentando que o arquiteto começou a trabalhar com programadores ‘web’ para transformar o conceito numa realidade digital.

Ernesto Ottone disse que, apesar de a conceção e construção do museu virtual ter sido um trabalho complexo, a tarefa mais demorada foi a criação de imagens 3D dos objetos à escala, para muitos dos quais não existe qualquer registo físico para além de uma pequena fotografia a preto e branco.

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