Rádio Muzangala

MORREU CINEASTA CACÁ DIEGUES, UM DOS FUNDADORES DO CINEMA NOVO BRASILEIRO

 MORREU CINEASTA CACÁ DIEGUES, UM DOS FUNDADORES DO CINEMA NOVO BRASILEIRO

Autor de “Ganga Zumba” e “Bye Bye Brasil”

O realizador e cineasta brasileiro, Carlos Diegues, um dos fundadores do movimento do Cinema Novo brasileiro, autor de “Ganga Zumba” e “Bye Bye Brasil”, morreu na passada sexta-feira, 14 de fevereiro, aos 84 anos, no Rio de Janeiro, revelou a imprensa brasileira citando a família.

Segundo a Globo, Cacá Diegues como era conhecido, morreu na consequência de complicações relacionadas com uma cirurgia à próstata.

Carlos Diegues, que nasceu em 1940 em Maceió, no nordeste brasileiro, e com antepassados portugueses, é considerado um dos pilares do Cinema Novo brasileiro, nos anos 1960, juntamente com nomes como Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Joaquim Pedro de Andrade.

“O cinema de Diegues consegue o raro feito de ser, ao mesmo tempo, popular e de empenho artístico, reflexivo e de encantamento. Artista militante e intelectual combatente, Carlos Diegues opôs-se à ditadura militar em seu país” e que o levou ao exílio, afirma a Academia de Letras do Brasil, que o elegeu membro em 2018.

Entre os seus primeiros filmes figuram “Ganga Zumba” (1963) que, refere a Globo, foi o primeiro filme brasileiro protagonizado por negros e que aborda a escravatura, “A grande cidade” (1966), sobre imigração, e “Quando o carnaval chegar” (1972), este já feito depois de um período a viver em Paris.

Um dos períodos de maior sucesso na carreira de Cacá Diegues foi nas décadas de 1970 e 1980, com filmes como “Xica da Silva” (1976), protagonizado por Zezé Motta, e “Bye Bye Brasil” (1980), com José Wilker, Betty Faria e Fábio Jr.

Nos anos 1990, adaptou para cinema “Tieta do Agreste”, de Jorge Amado, com a atriz Sónia Braga, em 1999 fez “Orfeu”, a partir da peça “Orfeu da Conceição”, de Vinicius de Moraes, e em 2002 “Deus é Brasileiro”, com António Fagundes, inspirado num conto de João Ubaldo Ribeiro.

O seu cinema foi exibido em vários festivais internacionais, nomeadamente Cannes — onde também foi jurado -, Veneza, Berlim e Toronto, e em 1998 foi distinguido em França com a Ordem das Artes e das Letras.

Da cinematografia destaca-se ainda “5 X Favela, agora por nós mesmos” (2010), que Cacá Diegues produziu e que foi escrito e realizado por jovens realizadores moradores de favelas do Rio de Janeiro.

Um dos seus últimos filmes foi “O grande circo místico” (2018), a partir de um poema homónimo de poema de Jorge de Lima, teve coprodução portuguesa e rodagem em Portugal e causou alguma polémica junto dos defensores dos direitos dos animais, pelo recurso a animais de circo.

Rádio Muzangala

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Relacionados

WP Radio
WP Radio
OFFLINE LIVE