ARTISTA ARGENTINO “BEBE” DA EXPERIÊNCIA ANGOLANA
Artista visual argentino Marcelo Brodsky
O artista visual argentino Marcelo Brodsky, renomado fotógrafo e activista dos Direitos Humanos, encontra-se desde segunda-feira, em Luanda, para uma residência artística de três semanas, com o objectivo de produzir obras baseadas nas experiências vividas e na pesquisa que tem efectuado relacionadas com Angola.
O artista visual argentino vai expor as suas obras agregadas às experiências angolanas no Hotel Intercontinental e no Palácio de Ferro, respectivamente, nos dias 19 e 20 deste mês.
Marcelo Brodsky está no país a convite do galerista Dominik Mayer, do Espaço Luanda Arte (ELA), com apoio da Embaixada da República da Argentina e da Textang II, que apresentaram o artista na quarta-feira, numa cerimónia na Embaixada da República da Argentina, onde estiveram presentes membros do corpo diplomático, artistas e jornalistas.
Em exclusivo, ao Jornal de Angola, Marcelo afirmou que veio trabalhar com a arte angolana e com a sua tradição. “A minha obra vai ser acima disso também a história da relação África e América do Sul. Sei que estamos um pouco divididos e trabalhar com arte favorece muito para fortalecer as relações políticas e económicas e recupera os laços históricos”.
Realçou que não é um principiante em transformar aspectos históricos de Angola no processo criativo, tendo esclarecido que “eu fui fazer uma exposição em Lisboa, no Museu Colecção Berardo, com a arte baseada nos anos de independências africanas e parte da exposição era retratar parte da perseguição portuguesa em África, o movimento de resistência e de libertação pela Independência em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau e assim trabalhei sobre as independências destes países”.
Outras obras africanas do artista plástico estão relacionadas com o genocídio alemão na Namíbia e Zimbabwe, o Apartheid na África do Sul, e Senegal, sobre a manifestação de estudantes em Dakar.
O artista é o décimo quarto participante do Angola Air, projecto de Resistência Artística para artistas não angolanos, iniciativa de Dominik Mayer.
