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CONCERTO APRESENTA NOVOS TALENTOS DA MÚSICA JAZZ

 CONCERTO APRESENTA NOVOS TALENTOS DA MÚSICA JAZZ

Comemoração aos 30 anos do programa “Jazz LAC”

O concerto em Comemoração aos 30 anos do programa “Jazz LAC”, realizado pela Banda Ango Jazz, na Casa das Artes, no final de semana, revelou o potencial artístico de novas cantoras que emprestam a voz a este género musical.

No palco da Casa das Artes, Diana Cabango e Madalena Kaddesh provaram ser vozes com futuro brilhante para alcançar o sucesso, talento confirmado pelo director  da banda, Dimbo Makiesse.

Os novos rostos do jazz, com predominância de jovens mulheres angolanas, surpreendeu a maioria do público que assistiu ao concerto, sexta-feira, que marcou os 30 anos de existência do programa radiofónico “Jazz LAC”, produzido e apresentado por Jerónimo Belo, na Luanda Antena Comercial (LAC), desde 1992.

Embora as cantoras tenha muito caminho pela frente, na vertente do estilo jazz, a influência das igrejas Pentecostal e Metodista, para Diana e Madalena, tem sido uma grande escola para as artistas que almejam atingir os melhores níveis de excelência musical, segundo Dimbo Makiesse. No que toca a tendências, aponta que Diana é propensa para o swing, enquanto Madalena está mais voltada às baladas, porém, o responsável da banda reconhece que ambas não estão distante do êxito, que requer disciplina e muito trabalho.

Madalena foi a primeira a subir em palco e interpretou “Misty”, “Bang Bang”, “Luiza” e “Zulu 2”. Diana, cujo penteado e timbre da voz nos remete às famosas figuras do jazz,  como à famosa Sarah Vaughan, interpretou “At Last”.

O ponto mais alto do concerto, com as duas cantoras em palco e a intervenção do saxofonista americano, Diana e Madalena interpretaram “All of Me”, “Bella Adormecida”, “Island Biblie” e “The Preacher”, temas que reviveram a intervenção de todos os instrumentistas da banda formada em Dezembro de 2019.

A banda, que interpretou outros temas com solos do pianista Dimbo Makiesse e do saxofonista americano Julien Hucp, integrou os músicos Ismael Suama e Paulo Jazz (guitarra), Benjamin Afonso (trompete), Magnus (trompete), Banilsson (flauta transversal), Infrahim La Tromba (trombone), King Jaime (baixo eléctrico), Jackson Nsaka (bateria), Diana Cabango e Madalena Kaddesh (vozes).

Dimbo Makiesse, pianista e director da Banda Ango Jazz, referiu que o concerto correu muito bem e que superou as expectativas, pois tiveram pouco tempo para os ensaios.

Revelou ter sido um desafio ensaiar apenas em quatro dias,  com Madalena e a Diana, contando que havia alguns arranjos entre os temas interpretados pelos músicos, tanto que os sopros de Julien Hucq foram criados um dia antes do concerto.

“Tivemos muitas variáveis por sincronizar entre sopros e cordas. Trabalhamos com instrumentistas que fizeram estreia em palco, pois nunca haviam participado num concerto dessa magnitude, como Paulo Jazz (guitarra baixo) e o Denilson Gabriel (baterista)”, contou o director da banda.

Quanto ao intrusamente entre os membros da banda, reconheceu que não teve dificuldade em tocar com o músico norte-americano, que chegou a conhecer no ano passado, e desde essa data que têm trocado várias impressões quer sobre jazz, quer sobre música angolana.

Julien Hucq é saxofonista de origem belga mas reside em Nova Iorque, que descreveu o concerto como “uma noite maravilhosa entre amigos”. No geral, considerou ser muito importante pela forma como se celebrou os 30 anos de trabalho de Jerónimo Belo, a liderar um programa de rádio, que, na sua óptica, cria conexões entre músicos angolanos e estrangeiros.

“Para mim, é um gesto generoso trabalhar com novos talentos do jazz em Angola, pelo que agradeço o apoio que Gegé Belo tem feito em prol da música jazz, em geral, e à Banda Ango jazz, em particular, criando espaços do género, e com essa liberdade que deu ao Dimbo Makiesse para fazer brilhar diferentes tipos de estilos de jazz”, detalhou.

Em relação à sua preparação para o concerto, enalteceu a parceria com o pianista Dimbo Makiesse e todos os integrantes da Banda Ango Jazz, tendo reconhecido que o nível de musicalidade, os ensaios e a prestação dos músicos demonstraram um trabalho “muito bem organizado”, pois, “todos os músicos eram sérios a executar a pautas”, o que permitiu oferecer uma boa performance para agradar tanto ao anfitrião, Jerónimo Belo, quanto ao público.

Julien Hucq, pela primeira vem em África, não deixou de reconhecer o carinho do público, ao notar uma audiência cuja interacção foi bastante receptiva.

“Foi uma honra, um prazer fazer parte dessa noite, desse concerto dos 30 anos do Jazz Lac”, concluiu.

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