ESTÁTUA DE MANDUME ETERNIZA FEITOS DO REI DOS KWANHAMAS
O descerramento, a 20 de Julho deste ano, de uma estátua do rei Mandume ya Ndemufayo numa das praças de Ondjiva, no Cunene, é considerada a mais alta elevação e homenagem para eternização daquele que foi um dos soberanos mais temidos da região na luta contra a ocupação colonial.
Depois da construção de um memorial na localidade de Oihole, em 2002, município de Namacunde e de onde o seu nome foi atribuído auma universidade pública e ruas em algumas cidades do país, entre outros tributos, Mandume ganha uma estátua produzida na Europa.
Elementos da linhagem do rei e figuras ligadas à história da província do Cunene consideram que a edificação do monumento é uma autêntica forma de perpetuar a vida e os feitos de Mandume ya Ndemufayo, pela resistência que impôs às forças de ocupação colonial, que tinham como fim o domínio e exploração dos povos locais.
David Lomboleni Mandume, de 64 anos, da linhagem do rei Mandume ya Ndemufayo, e uma das figuras sonantes para a sucessão, considerou que erguer uma estátua com a figura do rei Mandume sobre o cavalo e junto do seu animal de estimação, é uma satisfação de grande significado, pois demonstra a vontade de manter viva a história e a cultura do país.
“Com esta estátua, bem patente na principal praça da cidade, estamos seguros de que a bravura do rei Mandume ante as atrocidades das forças colonizadoras será sempre contada às futuras gerações, uma vez que esses vão querer sempre perguntar de quem se trata”, destacou David Mandume, residente no bairro Omuongo, em Ondjiva.
A presença de David Mandume permite desmistificar o mito segundo o qual a família do rei Mandume não existe e que evita se identificar para supostamente não sofrer represálias de famílias de pessoas que naquela altura foram vítimas de maus tratos durante o reinado do soberano.