GRUPOS CARNAVALESCOS RECUSARAM PRÉMIOS
Os grupos carnavalescos Jovens da Cacimba, União Kiela e o Nzinga Mbande recusaram-se, sábado, a receber os prémios conquistados na edição 2023, do Carnaval de Luanda, pela quantia extra de 15 milhões de kwanzas, atribuída pelo Executivo ao União Recreativo do Kilamba, grupo vencedor da presente edição.
O acto aconteceu durante a cerimónia de entrega de prémios, onde os grupos vencedores como forma de descontentamento por parte da organização, não aceitaram receber os valores em dinheiro, que lhes é merecido pelos lugares ocupados.
Entre os grupos, destacam-se o União Jovens da Cacimba, segundo lugar da última edição, com 728 pontos, o União Kiela, terceiro, com 720 pontos, e o União Nzinga Mbande, quarto classificado, com 719 pontos. À saída da cerimónia, a comandante do União Kiela, Maravilha dos Santos, lamentou existir favoritismo dada a determinados grupos, o que classificou como uma grande “injustiça”.
“Todos os grupos enfrentam grandes dificuldades para se manter. Todos reclamamos a pouca quantia que recebemos. Agora, como é que apenas um recebe todo esse dinheiro? Deveriam ser repartidos por igual. Sugeri, que se ofereceram 15 milhões ao grupo vencedor, deveriam dar 13 ao segundo, dez ao terceiro, oito ao quarto, e cinco milhões ao quinto”, disse a comandante do União Kiela.
De igual modo, o presidente dos Jovens da Cacimba, Zé Andrade, disse que não aceitaram receber o prémio pelo facto de existir arbitrariedade na atribuição do valor extra ao grupo vencedor da classe A.
“Ninguém está a pôr em causa a vitória do União Recreativo Kilamba, estão de parabéns. Estamos todos a fazer o Carnaval, não dançaram sozinhos para se consagrarem vencedores, todos nós também merecemos algum mérito e consideração, é só o que reclamamos”, sublinhou.
O secretário-geral do grupo União Njinga Mbande, Francisco Parente Neto, disse que caso não reverem a repartição do valor extra vão deixar de dançar o Carnaval. “É um desrespeito total aos fazedores de cultura do Carnaval”.
O ministro da Cultura e Turismo,Filipe Zau, afirmou que não fez parte do júri e que não pode explicar o descontentamento dos grupos, pois o Executivo entendeu dar um valor extra ao grupo vencedor, “é uma iniciativa, um estímulo não é o prémio, foi um incentivo a dar como um patrocínio, por ano será melhor”.