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GRUPOS PITABEL E KALUNGA A CAMINHO DE MAPUTO

 GRUPOS PITABEL E KALUNGA A CAMINHO DE MAPUTO

Os grupos angolanos de teatro Pitabel e o Kalunga Teatro, vão representar Angola na 19ª edição do Festival Internacional de Teatro de Inverno (FITI)

Os grupos angolanos de teatro Pitabel, com a peça “A Fronteira do Asfalto”, e o Kalunga Teatro, com a peça “O Rei Sem Coroa”, embarcam hoje com destino a Maputo, capital de Moçambique, com previsões de chegada às 14h00, com intuito de participar na 19ª edição do Festival Internacional de Teatro de Inverno (FITI), que reúne participantes da África do Sul, Portugal, Cabo Verde e Brasil.

O festival, que foi aberto no sábado, prolonga-se até o dia 4 de Junho, data prevista para o regresso das delegações angolanas. Os grupos angolanos, de acordo com a programação do festival, vão actuar no espaço Casa Velha, no centro da cidade de Maputo.

A primeira peça, “A Fronteira do Asfalto”, que é encenada pelo Pitabel, numa adaptação de um dos contos do livro “A Cidade e a Infância”, do escritor Luandino Vieira, narra a história de um menino negro e de uma menina branca proibidos de se encontrarem por parte da família dela, bem como pela “fronteira de asfalto” que divide a cidade. Os dois, depois de adultos, continuam impedidos pelas famílias de se encontrarem por preconceitos sociais e raciais.

O conto apresenta uma abordagem sobre a história de Ricardo, um rapaz ne-gro, limpo e educado, filho da empregada da casa de Marina, menina loira e filha dos patrões da mãe do Ricardo. O facto de ser negro, lhe foi negado seguir uma história de amor com a Mariana, semelhante a de Romeu e Julieta.

A companhia de teatro Pitabel, vencedor do Prémio Nacional de Cultura e Artes, em 2010, é constituída por 15 actores, e já encenou, entre outras, as peças “De Quem é a Culpa” e “Astrologia de Missosso”, adaptada do livro homónimo de Óscar Ribas.

Para o festival, a delegação é constituída pelos actores Lopes Filho, que faz o papel de (Ricardo), Nelma Nunes (Marina), Constância Lopes (Mãe de Marina), Rosária Abreu (Mãe de Ricardo), Dilson de Sousa (Jardineiro e polícia), Neid Chinthia (voz off). “A Fronteira do Asfalto” tem a duração de 50 minutos, numa produção de Carla Esmeralda e Adérito Rodrigues.

Fundado em 4 de Agosto de 2001, o colectivo de Artes Pitabel venceu, em 2006, o Prémio de Teatro Cidade de Luanda e conquistou três vezes consecutivas o troféu de melhor texto de teatro no Prémio Cidade de Luanda, em 2006, 2008 e 2009. O grupo venceu o prémio DSTV-BWE na edição 2006 e apresentou em 2009 o melhor espectáculo de Luanda no Festival Internacional de Teatro do Cazenga.

Na sua longa carreira, a companhia de teatro Pitabel recebeu várias distinções, com destaque para o Prémio Nacional de Cultura e Artes, em 2010. Constituída por 15 actores, a companhia encenou, entre outras, as peças “De Quem é a Culpa” e “Missosso”, adaptada do livro homónimo de Óscar Ribas.

Monólogo “O Rei Sem Coroa”:

O Kalunga Teatro, já não exibe no festival a peça “Vida, Incómodo ou Lixo”, que propõe uma reflexão sobre vários problemas que têm afligindo a sociedade angolana, devido ao actor principal, Fernando Agostinho, que se encontra doente.

De acordo com o encenador Victor Suama, como alternativa, o grupo propôs a organização do FITI, o monólogo  “O Rei Sem Coroa”, interpretado pelo actor José Pires Gonçalves “Diafragma”.

O drama retrata a história de um anjo em estado depressivo, por não ter conseguido concretizar os projectos e alcançar determinadas metas. Devido aos fracassos constantes, o anjo revoltado, projecta a última investida, a destruição da humanidade, como forma de vingança e egocentrismo. O enredo recria acontecimentos sobrenaturais cada vez mais presentes nas sociedades modernas, visto que o mundo tende a ser consumido por forças ocultas.

O encenador explicou que o aprofundamento e a troca de experiências, no domínio das artes, no geral, e do teatro, em particular, vai ser uma das propostas a ser apresentada pelo grupo Kalunga durante a realização do festival.

Kalunga Teatro, fundado aos 20 de Setembro de 1999, na cidade de Luanda, com objectivo de estudar a formação cultural do país e repercussões sócio-cultural, com um repertório e técnicas próprias de uma concepção antropológica, bem como colocar à disposição do público os resultados das suas pesquisas para fins educativo, formativo, e informativo (em espectáculo convencional e ou comunitário).

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