MALANJE: “CASA-MUSEU AGOSTINHO NETO” É INAUGURADA EM NOVEMBRO
O Governo Provincial de Malanje mantém a pretensão da transformação, até Novembro, da antiga residência do primeiro Presidente da República, António Agostinho Neto, localizada na rua 15 de Agosto, na cidade de Malanje, em Casa-Museu, como forma de honrar a sua memória e contribuir para a sua eternização.
Em entrevista concedida ao Jornal de Angola, o director do Gabinete Provincial da Cultura, Fernandes Cristóvão, explicou que ainda não foi aberto um concurso público pelo facto das obras não estarem inscritas no Orçamento Geral do Estado, mas que existem empresários que manifestaram a pretensão de prestar o seu contributo com vista a uma maior promoção e valorização da imagem e figura de Neto.
“É vontade do Governo na pessoa do governador provincial, Norberto do Santos “Kwata Kanawa”, que deu indicações precisas a uma equipa coordenada pelo vice-governador para o Sector Social, Domingos Eduardo, para que se pudesse negociar com o (actual) proprietário para que a residência (onde Agostinho Neto viveu entre 1944 e 1945) passasse à tutela definitiva do Governo e que viesse a ser transformada em Casa-Museu. Felizmente essa missão está cumprida”, afirmou.
Fernandes Cristóvão acrescentou que, neste momento, o Governo está a trabalhar para a acomodação das pessoas que lá vivem e a posterior a reparação da estrutura do edifício e o seu apetrechamento em termos de acervo histórico.
Disse esperar que as pessoas a residir na referida casa possam sair brevemente, revelando que o prazo da recepção das chaves vai até ao dia 15 deste mês. A partir desta data, disse, a equipa técnica do Gabinete Provincial da Cultura poderá entrar em acção para a recuperação daquele equipamento histórico para que, até Novembro, seja apetrechado e colocado ao serviço da população.
Reza a história que Agostinho Neto, enquanto médico a trabalhar no Hospital de Malanje, tinha arrendado uma casa de pau-a-pique, na Rua 15 de Agosto, “evitando a inclusão num quarto de hotel com portugueses iletrados”, lembrou o historiador José de Beça Gaspar.
“Ele próprio dizia que havia alguns deles analfabetos, então teve que recorrer a uma casa de pau-a-pique, na Rua 15 de Agosto, que ainda hoje existe, e depois reconstruída já de alvenaria”, acrescentou.
No ensino primário, passou pela Missão do Quéssua, a 12 quilómetros da cidade de Malanje, na qualidade de filho de pastor da Igreja Metodista.
O bispo da Igreja Metodista Unida da Conferência Anual do Leste de Angola, José Quipungo, sugere que sejam publicados mais livros para engrandecer a vida e obra do “nacionalista, estadista, poeta e médico que proclamou a Independência Nacional a 11 de Novembro de 1975”.
Para saudar o centenário de Neto, foi gizado um programa de actividades iniciado o ano passado e que termina em Novembro, que reserva dentre outras actividades, inaugurações, um acto provincial em prol da data, abertura de jornadas culturais e desportivas .
No sábado, dia 17, haverá deposição de uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido, hastear da bandeira, para além de outras que decorrem em todos os municípios do interior da província. A Mediateca Provincial Ngola Kiluanje acolhe terça-feira, 13, o acto de aberturas das jornadas do centenário do herói na-cional, devendo o acto provincial ter lugar, sábado, no município-sede, no Largo da Liberdade.