MBANZA KONGO NÃO PERDERÁ O ESTATUTO DE PATRIMÓNIO MUNDIAL DA HUMANIDADE
O ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, defendeu, quinta-feira, na cidade de Mbanza Kongo, província do Zaire, a necessidade de se trabalhar no cumprimento das recomendações indicadas pela UNESCO sobre os compromissos assumidos por Angola na salvaguarda do estatuto de Património Cultural da Humanidade atribuído à região.
De acordo com o ministro Filipe Zau, que hoje termina as 48 horas de trabalho nessa província, apesar de ter havido factores globais e locais que pesaram no cumprimento de alguns compromissos assumidos com a UNESCO, a cidade histórica deMbanza Kongo não vai perder o estatuto de Património Cultural da Humanidade, declarada em 2017.
“Há uma lista onde consta o que foi feito, o que teremos que fazer e as necessidades que se colocam, para além das dificuldades que houveram, umas ligadas à pandemia como factor global, outras também, não tivemos se calhar recursos necessários para atacar da melhor forma, mas temos que o fazer, não vamos perder aquilo que ganhamos”, defendeu Filipe Zau.
Entre outros objectivos, Filipe Zau considerou que a sua visita à província do Zaire consiste numa análise exaustiva das questões ligadas a Mbanza Kongo, enquanto Património Cultural da Humanidade, para posteriormente ser feito um relatório que deverá ser submetido à UNESCO, uma vez que existem compromissos a serem cumpridos. Apesar de reconhecer inúmeras dificuldades, manifestou optimismo no cumprimento das recomendações necessárias para manutenção da cidade de Mbanza Kongo.
“Não podemos ficar sempre no sentido de baixa estima, penso que, perante as dificuldades, temos que saber supera-las, reagir e fazer as coisas da melhor maneira, no sentido de cumprirmos com os objectivos traçados internamente e da resposta aos outros que foram definidos para nós. Portanto, temos que trabalhar”, exortou.
A par de Mbanza Kongo, enquanto património mundial, o ministro aponta que existem outros objectivos de interesse universal que devem ser vistos dentro do país, quer do ponto de vista cultural, quer do ponto de vista turístico, no sentido de angariar receitas para a diversificação da economia.
“Também vamos aproveitar fazer um trabalho parecido ao que fizemos em Cabinda, no âmbito do turismo, porque Mbanza Kongo, comopatrimónio mundial da humanidade acaba por implicar outras coisas, nomeadamente todo o desenvolvimento de visitantes e de turistas”, destacou o ministro da Cultura e Turismo.
Segundo o ministro Filipe Zau, a visita que o levou desde a província de Cabinda ao Zaire, visou, também, verificar as condições de locomoção, tanto via marítima, como terrestre, uma vez que os visitantes seguirão estas rotas, enquanto turistas ou investigadores que visitarem o país.
“Nós temos o Catamarã, como é possível ir de carro para Cabinda. Portanto, Mbanza Kongo é a capital cultural bakongo, não só a nível dos angolanos, mas também do Gabão e Congos, que poderão ter interesse em visitar este local, dali a necessidade de podermos desenvolver essa simbiose entre cultura e turismo”, acrescentou.
Quanto às questões ambientais, recordou que não devem ser secundarizadas, mas fazer um casamento entre as áreas, atendendo que o ambiente concorre, também, para o enriquecimento do turismo.
“Deve haver, necessariamente, em contacto desenvolvimento das questões do turismo, o respeito pelo ambiente. Portanto, vamos tentar casar dentro do mesmo eixo de interessa a sustentabilidade ambiental à matriz cultural”, defendeu Filipe Zau.