MÚSICO MATIAS DAMÁSIO AFIRMA QUE “NÃO EXISTE CLASSE ARTÍSTICA ANGOLANA”
O músico e compositor, Matias Damásio, afirmou, domingo, em Luanda, que a “classe artística angolana não existe” e considerou, igualmente, o estado da música como crítico.
“O que existe são grandes cantores. A classe precisa unir-se para defender os seus propósitos, como acontece com os advogados e taxistas que têm negócios individuais, mas estão juntos para resolver os problemas, defendeu em entrevista ao programa “Selo Cultural” emitido pela TPA Notícias.
Na visão do autor dos sucessos “Eu sou a outra”, “Mboa Ana”, “Matemática” do Amor “,”Loucos ” e “Magui “, o que falta no seio dos músicos angolanos é a colectividade e não cada um agir de forma individual.
“Se tivermos uma classe forte vamos conseguir pressionar o Estado e outras instituições para resolvermos os problemas que andamos a chorar, porque não vamos conseguir resolvê-los enquanto não nos sentamos numa mesa”, sublinhou.
Matias Damásio acredita que Angola está no bom caminho e é um celeiro de muito boa música, criatividade e talentos. Citou os músicos Gerilson Insrael, Anderson Mário, Chelsea Dinorath, entre outros da nova geração que dão uma beleza musical boa de se ouvir.
Ausência no Top dos Mais Queridos
Em relação à ausência no concurso musical Top dos Mais Queridos edição 2023, realizado na última sexta-feira, Matias Damásio justificou questões de agenda. “Nós até fizemos um vídeo a pedir desculpas. Já tínhamos anunciado há algum tempo”.
Para Matias Damásio, o regulamento do Top dos Mais Queridos “mudou muito” e defende o resgate do antigo formato.
Reiterou que ter vencido em 2007, o Top dos Mais Queridos com o tema “Porquê” foi o melhor prémio da sua carreira. “Falo isso em toda parte do mundo”, declarou.
Carreira brilhante
Matias Damásio, nascido no bairro da Lixeira, na província de Benguela, conquistou o primeiro lugar em vários concursos, como Gala à Sexta-Feira, Canção Cidade de Luanda, Variante 2003, Prémio da Canção da LAC, Prémio Figuras e Negócios, Top dos Mais Queridos e Top Rádio Luanda, coroando uma trajectória dourada, que o coloca entre os mais titulados do país.
Seguiram-se os discos “Amor e Festa na Lixeira” “Por Angola” (2012), “Por Amor” (2015), e “Augusta” (2018), recheados de êxitos que o tornam num dos cantores e compositores mais apreciados da sua geração.
Um dos artistas mais acarinhado do momento, nos últimos anos, Matias Damásio tem-se notabilizado no exterior do país actuando em vários palcos com concertos esgotados.