PRÉMIO LITERÁRIO SAGRADA ESPERANÇA SEM NENHUM CLASSIFICADO
A falta de competência linguística e originalidade literária das 23 obras a concurso no Prémio Literário Sagrada Esperança, edição 2023, levou com que o júri não atribuísse, este ano, o troféu a nenhum concorrente.
Segundo uma fonte do Ministério da Cultura e Turismo, depois de uma análise às 23 obras, no dia 11 do mês passado, durante uma reunião nas instalações do Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas (INIC), em Luanda, o júri constituído por António Fonseca (presidente), Ainda Pegado (secretária) e Carlos Pedro (vogal) observou que as obras não reúnem os critérios para serem galardoados, como falta de expressão da cultura nacional, relevância da temática abordada pelo autor, bem como competência linguística e originalidade literária.
De acordo ainda com a fonte do Jornal de Angola, outros critérios que faltaram nas obras foi a falta de domínio da língua e expressão literária da mesma que é uma das normas de eleição universal para atribuição de qualquer prémio literário, assim como a falta de competência linguística, oral e escrita, de coerência narrativa, ambiguidades na exposição da realidade cultural, pouca relevância da temática abordada pelos concorrentes.
Considerando a natureza e dimensão do concurso literário Sagrada Esperança e as constatações do júri acerca das 23 obras submetidas à concurso, refere a fonte, o mesmo deliberou não atribuir o Prémio na presente edição do concurso em homenagem ao Poeta Maior e Fundador da Nação, António Agostinho Neto.
Segundo ainda a fonte, de acordo com o nº3 do artigo 10º do regulamento do concurso, o valor do prémio seja utilizado pela organização do mesmo em programas de fomento do livro e da leitura pública.
O júri exorta ainda que no futuro, cada concorrente ao concurso deve proceder a revisão e correcção criteriosa da sua obra, antes de remetê-la à concurso por se tratar de um produto de leitura que deve ser analisado antes.
O Prémio Literário Sagrada Esperança tem como objectivo desencadear uma nova vaga de legitimação discursiva, além de promover o enriquecimento do universo, do simbólico e do imaginário da língua portuguesa através do discurso literário.
“Os júris após terem apreciado as 23 obras em concurso, considerando a natureza e a dimensão do concurso decidiu este ano, não premiar os trabalhos literários à concurso em virtude delas apresentarem falta de critérios para serem distinguidos”, disse a fonte.
O Prémio Literário Sagrada Esperança constitui uma homenagem ao Poeta Maior e primeiro Presidente da República de Angola, António Agostinho Neto, e ao longo da sua existência foram atribuídos, 14 prémios, sendo cinco em poesia, oito em prosa e um em drama.
“Memórias de uma Kuvale”, de Ulembi, pseudónimo literário de Aníbal João Ribeiro Simões, é o título do trabalho vencedor do Prémio Literário Sagrada Esperança (2022), edição especial, no âmbito do centenário de nascimento de António Agostinho Neto, comemorado a 17 de Setembro do ano passado.