“100 POEMAS PARA AGOSTINHO NETO” COMPÕEM COLECTÂNEA INÉDITA
A colectânea “100 Poemas para Agostinho Neto” foi lançada, ontem, no Memorial Dr. António Agostinho Neto (MAAN), enquadrada num leque de actividades que visam saudar o centenário do Primeiro Presidente de Angola, assinalado a 17 de Setembro de 2022.
Numa edição conjunta entre o Memorial Dr. António Agostinho Neto e a União dos Escritores Angolanos, “100 Poemas para Agostinho Neto” reúne 27 escritores de diferentes gerações das letras angolanas, e conta com uma tiragem inicial de mil exemplares.
Segundo o secretário-geral da União dos Escritores Angolanos, David Capelenguela, ao referir-se sobre o conteúdo da obra, avaliou que o discurso poético da colectânea em homenagem a Agostinho Neto gira em torno da nostalgia, da valorização dos aspectos culturais de Angola, da melancolia, da dor, e acima de tudo traz uma literatura que serve como diálogo aberto com o poeta homenageado.
“Cada um escreveu aquilo que sente na relação com a obra e vida de Agostinho Neto. Quisemos que cada escritor se expressasse como pudesse, na sua forma e sentido. Achamos que era a melhor forma de homenagear Agostinho Neto no seu centenário”, sublinhou.
Quanto ao número de participantes, manifestou, que era intenção da UEA reunir o maior número possível de escritores, num universo de cerca de 128 membros efectivos da UEA, tendo lamentado que nem todos abraçaram o desafio de escrever atempadamente para esta edição.
“Poderíamos ter um pouco mais. Mas não foi o caso. Jofre Rocha, Amélia Dalomba, Lopito Feijóo, Elsa Bárber, João Melo, João Maiomona e Sandra Poulson, João Fernando André, Gociante Patissa e Bendinho Freitas são alguns dos membros da UEA que prestigiaram a obra”, destacou.
Jofre Rocha, pseudónimo literário do nacionalista Roberto de Almeida, escreveu dois poemas, respectivamente “Canção para Manguxi” e “Morrer de madrugada”. O consagrado escritor sublinhou a oportunidade que os novos escritores tiveram com a publicação da obra, apontando que grande parte dos escritos são de jovens escritores que quiseram contribuir nesta edição que rende homenagem ao Poeta Maior.
A escritora Sandra Pulson, que escreveu o poema “101”, inspirado no título do livro, realça que teve como foco o grande valor e prestígio de Agostinho Neto no mundo. Por outro lado, também elogiou o empenho da nova geração na edição, que considerou, grosso modo, terem escrito “poemas pertinentes”.
O momento cultural teve como destaque a apresentação do videoclip do músico Nginga Nachicusse, intitulado “Vina”, que retrata o dia a dia dos hábitos e costumes dos povos Nyaneka-Nkhumbi, da Região Sul de Angola, concretamente nas províncias da Huíla, Cunene e Cuando Cubango.
Nginga Nachicusse volta e exalta as origens com “Vina”, um retrato fiel dos hábitos dos Nyaneka-Nkhumbi na criação do gado que serve como alimento, trabalho e também como riqueza e símbolo de poder para os proprietários.