EDUARDO PAIM DISTINGUIDO NO “FESTIVAL DE KIZOMBA”

O músico e compositor angolano Eduardo Paim será homenageado na II edição do “Festival de Kizomba”, que vai ser realizado no dia 1 de Julho, no Centro de Conferências de Belas (CCB), em Luanda.

O responsável pelo festival, Nuno Manster, disse ao Jornal de Angola que a distinção, este ano, a Eduardo Paim, também conhecido por General Kambuengo, se deve ao facto do cantor ser uma grande figura do music hall nacional, respeitado e reconhecido por levar além fronteiras a bandeira nacional, por via do estilo musical kizomba, tendo com isso aberto portas para muitos músicos angolanos na diáspora, sobretudo na Europa, particularmente em Portugal.

Ao falar do percurso do autor de “Rosa Baila”, Nuno Manster destacou o grande contributo do General Kambuengo no desenvolvimento da cultura nacional, em particular da música, onde soube com mestria divulgar e promover o estilo Kizomba na Europa, principalmente em Portugal, onde viveu durante longos anos. O festival vai contar com a participação do músico Thierry Cham, um dos grandes fenómenos da música das Antilhas. O responsável do festival garantiu que a presença do músico antilhano é uma certeza, sublinhando a boa ligação que a produção tem com Thierry Cham.

Além da estrela antilhana, disse, o festival vai contar com a presença de outras estrelas internacionais , com destaque para o guineense Janota e o cabo-verdiano Johnny Ramos, músicos bem conhecidos no mercado angolano. O elenco artístico inclui, ainda, os artistas nacionais Heavy C, Yola Semedo, Yola Araújo, Ariete Furtado e o grupo “Os Versáteis”.

O espectáculo terá a duração de três horas e os bilhetes estão a ser comercializados na Tenda do CCB (Futungo), Clube S. Costelão, Oceano (restaurante na Ilha do Cabo), GEP 15 (Kilamba ) e no aplicativo Zukese.

Sobre o perfil do homenageado

Eduardo Paim nasceu em Brazzaville, República do Congo, no dia 14 de Abril de 1964. É um músico angolano, que exerceu grande influência no circuito musical angolano na década de 1980, surgindo no início da década de 1990, em Portugal, como um dos mais influentes criadores do género musical Kizomba.

No país, o ponto mais alto da carreira passa pelos “SOS”, um grupo que, em 1987, estava no auge e disputava a atenção da juventude, ao lado dos “Afra Sound Stars”, de Pop Show, de feliz memória.

Foi nessa época que nasce “Carnaval”, um tema escrito por Eduardo Paim.

De Portugal, veio Carlos Alberto Flores, o Pai Cabé, que pediu a Eduardo Paim para ser produtor do disco do filho Paulo Flores. Na época, General Kambuengo tinha trabalhado com cantores que fizeram sucesso no music hall nacional, como Jacinto Tchipa, Dyabik, de feliz memória, entre outros.

O convite de Pai Cabé alterou os planos do Eduardo Paim, que em 1988 ruma para Portugal. Dois anos mais tarde, em 1990, estava aberta a estrada do sucesso, o artista atinge notoriedade no mercado português, com o lançamento do CD “Luanda, Minha Banda”.

Em Lisboa, o ponto mais alto da carreira foi com a segunda obra, “Do Kayaya”. Paim recebe o seu primeiro “disco de Ouro”, por vender mais de 50 mil cópias, assim como no terceiro disco, “Kambuengo”. Com a música “Rosa Baila”, chegou ao quarto lugar do Top: “era presença nas rádios e na TV.

De regresso a Angola, em espectáculo, em Luanda, na Feira Popular, o apresentador anunciou a subida de Eduardo Paim ao palco, pedindo “palmas para o General da Música Angolana”, tendo o público gritado em coro “General, General, General ”. Foi a consagração do músico em terras de Ngola Kuluanji, Njinga Mbande, Ekwuikwi, Mandume e Mutu ya Kevela. Em mais de 40 anos de carreira, Eduardo Paim Fernando da Silva, de nome próprio, tem no seu repertório relíquias como “Luanda, Minha Banda”, , “Maruvo na Taça”, “A Minha Vizinha”, “Rosa Baila”, “Carnaval”, “Boazuda É”, “Foi Aqui”, “Esse Madié”, “Morena de Angola”, “Do Kayaya” , “Etu Mu Dietu”, “Kambuengo”, “Novembro”, entre outras.