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ESCRITORES LUCAS CASSULE E ELIAS JOAQUIM LANÇAM CONTO “A MUKILA DE NGOJI”

 ESCRITORES LUCAS CASSULE E ELIAS JOAQUIM LANÇAM CONTO “A MUKILA DE NGOJI”

Os escritores Lucas Cassule e Elias Joaquim “Diego” lançam nas plataformas digitais, o conto “A Mukila de Ngoji”.

Os escritores Lucas Cassule e Elias Joaquim “Diego” lançam na sexta-feira, nas plataformas digitais, o conto “A Mukila de Ngoji”. Escrito a quatro mãos, o conto será disponibilizado ao público durante uma apresentação na rede social Instagram, na qual os leitores poderão interagir com os autores.

Segundo Lucas Cassule, este projecto de escrita começa a partir de uma proposta de Elias Joaquim em escrever uma história a quatro mãos. Lucas reconhece que ao contrário de si, que  quase sempre viaja pelo mato nas suas histórias, esta é a primeira vez que  Elias Joaquim escreve fora das peripécias urbanísticas.

“Propus-lhe que nos tornássemos caçadores, camponeses, sobas, kilambas e vivêssemos os desafios das comunidades no interior de Angola e ele aceitou. Elias Joaquim e eu somos duas pessoas completamente distintas em relação à escrita. Ele é bastante poético e filosófico e a narrativa dele se destaca pela beleza estética. Eu gosto de contar histórias usando os meios mais simples. O desafio foi encontrar nesse entrosamento um alinhamento comum. Tivemos várias discussões pela internet. Elias Joaquim mora em Portugal e já não nos encontramos há algum tempo, por isso todo esse processo começou e foi executado através da internet”, revela  Lucas Cassule.  

Quanto ao formato do lançamento, o escritor defende que a disponibilização deste conto no digital será de forma gratuita, por ambicionarem alcançar maior público dos diferentes países da lusofonia. “Para que milhões de pessoas conheçam mais escritores angolanos contemporâneos e tenham uma visão diferente do nosso país, da nossa cultura, através do nosso olhar como escritor. E a internet veio ajudar nesse sentido, no estreitamento dos povos através de uma pequena janela que se abre no portal Ésobreler ou outro site onde qualquer recurso ou informação esteja disponível”, justifica o autor de “A Vila Assombrada pelos Makixi”.

Por outro lado, Lucas Cassule gostaria que se criassem mais movimentos que promovessem melhor as artes feitas pelos PALOP, certo de que essa acção mudaria a forma como o mundo vê ou consome os produtos gerados por artistas da língua portuguesa.

“A língua portuguesa precisa valorizar-se mais face às outras mais destacadas, e isso é possível com investimento massivo e contínuo”, defende.

Sobre o surgimento de novos autores e o legado da geração mais velha, Lucas Cassule reconhece haver diálogos, desde autores a obras que sirvam de referência. Para ele, os jovens escritores sempre estudaram as obras de autores de gerações anteriores, e destaca nomes como o romancista Pepetela, a contista Cremilda de Lima e o poeta José Luís Mendonça e outros nomes singulares da literatura angolana. Entretanto, o escritor aponta como um dos maiores entraves para a juventude literária a falta de hábitos de leitura e o alto  custo dos livros. “Se apostarmos cada vez mais na educação de qualidade, investirmos e potencializarmos a cultura, a arte em todos os níveis, teremos um mercado melhor, com apoios e mais opções para a juventude, o que vai acabar por beneficiar o país”, sugeriu.

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