FILIPE MUKENGA AUTOGRAFA NOVO CD “CANÇÕES E DESTINOS”
A música “Tembleka” abre e “Não gosto do que vejo” fecha o sexto álbum de estúdio de Filipe Mukenga, lançado ontem no Largo da Independência, em Luanda.
Com treze temas musicais, O CD “Canções e Destinos” marca a estreia da Guelvamos Produções como editora para o mercado discográfico.
A manhã chuvosa não afastou os fãs que chegavam ao local de venda do disco à medida que esse fenómeno natural ocorria, tal como o autor interpreta a canção “Nvula” (chuva), um dos sucessos regravado no disco “Muimbu Yami”, 2003. A chuva surgiu, quiçá, para abençoar o trabalho do artista, que colocou no mercado mais um projecto discográfico tanto esperado pelos admiradores.
“É sempre uma alegria receber um novo filho, neste caso o disco, e espero que satisfaça o gosto de quem vai ouvir. Sempre procurei seguir o meu caminho, que é o da excelência, para que a música nunca mais morra”, começou por falar à nossa reportagem.
Filipe Mukenga justificou a inserção da composição “Não gosto do que vejo” referindo que este tema é o seu olhar aos problemas que o país vive e que o artista deve ter, também, este papel “de alertar e chamar a atenção dos dirigentes do país”, sobre os problemas que a sociedade enfrenta e sugerir soluções. “Eu acho que esta também deve ser a função do artista”, realçou.
Entre os admiradores, muitos que foram comprar o CD afirmaram que Mukenga representa “arte e traz mensagens positivas”.
Diangano Paulo é um desses fãs, falando das expectativas do novo disco disse que espera encontrar a arte que está sempre presente nas suas obras, porque “ele nunca decepcionou e encontro tudo de bom” na sua música.
Comentando sobre a importância e feitos de Filipe Mukenga, o admirador afirmou que ele “é a arte em pessoa, é algo que não tem fim, se a gente apreciar bem a musicalidade deste artista, ela é mesmo infinita, por isso, ainda bem que lhe foi atribuído o título de ‘Mestre’, porque o que ele faz é mesmo de muita mestria”.
O músico Ras Paulo Dread ao comentar o disco considerou uma obra que todos esperavam há vários anos e, felizmente, “conseguimos ter o disco no mercado e, em função dos conteúdos que o Mestre Filipe Mukenga colocou, estamos prontos para desfrutar, pois se trata de uma obra rica com mensagens positivas, como já nos habituou”. Desejou sucessos ao autor do disco, augurando melhorias na vida e muitas coisas positivas.
Com o lançamento de “Canções e Destinos”, o promotor cultural Guelmo Cruz estreou-se na produção discográfica.
Regozijado com a primeira aposta da produtora, na edição do novo disco de Filipe Mukenga, “por ser um grande da nossa música, isto vai contar muito naquilo que é o portfolio da Guelvamos Produções”, tendo informado que, inicialmente, não tinham tendência para lançamento de discos, não era o foco, “mas agora com esta motivação, com Mukenga, daqui em diante vamos lançar outros discos”.
Segundo o produtor, não seria Filipe Mukenga a fazer estreia, a cantora Sandra Cordeiro era a figura indicada, porque anda “á espera há quatro anos, só que nunca lançámos por razões alheias à nossa vontade”.
Afirmou que Filipe Mukenga veio dar “esta sorte” e espera produzir mais discos de outros artistas angolanos com a chancela da Guelvamos Produções.
CD “Canções e Destino”
Nino Jazz, um dos instrumentistas frequentes nas obras de Mukenga, não participa. O cantor e compositor optou por musicar poemas da portuguesa Manuela Baptista: “Para Além do infinito”, “Dêem-me rosas em vida”, “Vem comigo, dá-me a mão” e “Saí pela noite”. De Portugal, Filipe Mukenga musicou, também, “Alva pedra da calçada” e “Terra Molhada” da poetisa Vanessa Pereira.
Dos escritores nacionais musicou “Só para te ver”, letra de Álvaro Macieira, “Owukatelu wa kuzola”, de Mário Luiz Pereira, “Marito”, “Olofa vya sekenha”, de Raúl David, e “Canções dos nossos dias” de Amélia da Lomba.
Da sua autoria constam os poemas “Yo ngat nalingy yó” e “Não gosto do que vejo”, letras de Filipe Mukenga no projecto musical “Canções e Destinos” e um tema de recolha “Tembleka”, letra popular que ganhou uma adaptação da voz em “Canções e Destino”.
O disco foi gravado em Luanda (MNA Records, Arca Velha, Letras e Sons), Portugal (Cervant Studio e Pav Estúdio), Brasil e Peru (Alma Negra Studio, Home Studio Casamandy e AD Producines), com a direcção executiva e artística de Guelmo Cruz e Chalana Dantas, arranjos, programação de base e teclados de Nelo Paím e Valdemir Hailé.
1 Comentário
Foi uma honra, poder colaborar nos arranjos, programação de base e teclados de 5 temas deste CD.
Aconselho e viva a música nacional.
Votos de muito sucesso, Filipe Mukenga.