HISTORIADORES DEFENDEM A VALORIZAÇÃO DO CARNAVAL DE LUANDA
A importância de se continuar a preservar a matriz cultural da maior manifestação cultural do país foi o destaque de mais uma edição do ciclo de debates promovido, na quinta-feira, às 18h00, no Salão João Adilson, na rua da Dona Zita, no bairro Marçal, inserido no projecto cultural “Kuimbila Ni Kukina Semba”.
Transmitido em directo pelo programa “Cruzamentos”, da Rádio Cultura Angola, apresentado por Elsa Fernandes, numa produção de Walter Arsénio, teve como convidados o músico, historiador e moderador do debate, Carlos Lamartine, o pesquisador e presidente do grupo de dança tradicional Kilandukilu, Maneco Vieira Dias, o secretário-geral da Associação Provincial de Luanda do Carnaval (APROCAL), António de Oliveira “Delón”.
Para o moderador da tertúlia, Carlos Lamartine, a intenção do projecto foi a busca de mais subsídios para o melhoramento da realização das próximas edições do Carnaval de Luanda. De acordo como o músico, o exercício deve ser aplaudido por estar a permitir que os fazedores de cultural possam reflectir sobre os principais problemas com a questão da estrutura organizacional do Entrudo.
Segundo o moderador, o jovem João Adilson é merecedor de “aplausos”, por estar a conseguir, com pouco recursos e sem apoios, criar espaços de debates que estão a permitir criar novos factos culturais e incentivar a juventude a tomar contacto com a história do Carnaval de Luanda e das suas principais referências. O secretário-geral da Associação Provincial de Luanda do Carnaval (APROCAL), António de Oliveira “Delón” começou a sua dissertação com um enquadramento histórico da origem e dos principais intervenientes. Segundo Delon, a iniciativa vai permitir “dar vida às comunidades”, sobretudo por estar a criar mais espaço de debates sobre os precursores do Carnaval luandense, os mitos, locais, piadas, as rivalidades.
O secretário-geral da APROCAL fez, igualmente, referência dos elementos identitários do Entrudo da capital do país, que tem uma característica e matriz própria onde se destacam os instrumentos musicais, a corte, alegoria, canção e a falange de apoios. Explicou que a APROCAL por orientação do Ministério da Cultura e Turismo está a procurar as melhores formas de tornar o Carnaval cada vez mais participativo, inclusivo e extensivo a outras localidades da cidade. “Queremos trazer a evidência do Carnaval para os bairros como se fazia no antigamente e fazer do evento, uma das maiores festas da cidade com o envolvimento e participação das comunidades”.