MESA-REDONDA ABORDA IMPORTÂNCIA DOS MUSEUS
O Goethe Institut Angola, levou para debate em mesa-redonda o tema “As perspectivas futuras sobre os museus angolanos”, na última sexta-feira, no Centro Cultural Brasil Angola (CCBA), data que marcou o encerramento do curso de restauração museológica.
A directora do Instituto Nacional do Património, Cecília Gourgel, o crítico e historiador da arte, Adriano Mixinge, o director da Casa Museu Óscar Ribas, Sidónio Domingos, o etno-musicólogo espanhol, David Lopez, o antropólogo, Zita Domingos, Nga na Sangui Ya Ndala, Rei do Ndongo e Thales Gayean, historiador e restaurador brasileiro, participaram na mesa-redonda, que teve a moderação do jornalista Gaspar Micolo.
O coordenador do projecto de restauro do Goethe Institut Angola, Maximiliam Wemhoner, fez um balanço positivo dos temas abordamos na conferência como iniciativas práticas para as políticas para os museus, tendo destacado como valiosa a contribuição do Rei do Ndongo que defende um maior contacto com as sociedades de origens das peças.
O Soba Nsangui Dya Ndala, em declarações ao Jornal de Angola, propõe que haja uma maior colaboração entre os museus e as autoridades tradicionais, porque são as fontes orais que sustentam as informações culturais das peças expostas nos museus.
O soberano defendeu a criação de um Museu do Reino do Ndongo e uma reavaliação dos sítios históricos, apesar de reconhecer que existem alguns projectos em carteira pelas reclamações de alguns directores dos museus, mas é de opinião que muita coisa deve ser mudada.
Maior investimento na formação de quadros, na investigação e a importância do papel das comunidades foram os pontos levantados por Zita Domingos. “É preciso ter um museu que dialogue com a comunidade e que tenha possibilidade de convidar e ser um espaço social para o dialogo”. Considerou que tudo passa por uma investigação que dê ao museu conteúdo de qualidade e quadros bem formados. Também defendeu que o museu deve ir ao encontro das comunidades que são detentoras do património.
O etno-musicólogo espanhol, David Lopez, falou da sua experiência no trabalho de digitalização da música cokwe, em estreita colaboração com o Museu do Dundo.
O Jornal Cultura, na sua próxima edição de quarta-feira, 12 de Outubro, dará um tratamento mais aprofundado do que foi debatido na mesa-redonda “As perspectivas futuras sobre os museus angolanos”.