MESTRE DOS FILMES B DE HOLLYWOOD, ROGER CORMAN, MORRE AOS 98 ANOS

Roger Corman
O prolífico produtor e realizador de filmes de baixo orçamento, Roger Corman, faleceu na quinta-feira, aos 98 anos, em sua casa em Santa Mónica, Califórnia, anunciou a sua família no sábado.
Conhecido como o “Rei dos Filmes B” de Hollywood, Roger Corman foi responsável pela produção e direção de centenas de filmes desde 1955. Entre suas obras mais notáveis estão “Black Scorpion”, “Bucket of Blood” e “Bloody Mama”. Corman foi também um descobridor de talentos, dando oportunidades a futuros gigantes do cinema como Francis Ford Coppola, Ron Howard, James Cameron e Martin Scorsese. A estreia de Jack Nicholson no cinema ocorreu em 1958, no filme “The Cry Baby Killer”, dirigido por Corman. Outros atores de renome que começaram suas carreiras com ele incluem Robert De Niro, Bruce Dern e Ellen Burstyn.
Os filmes de Corman, muitas vezes produzidos com orçamentos ínfimos e prazos apertados, abordavam temas ousados para a época, como sexo e drogas. Um exemplo é “The Trip” (1967), uma história explícita sobre LSD escrita por Nicholson e estrelada por Peter Fonda e Dennis Hopper. Além de seus próprios filmes, Corman trouxe ao público norte-americano obras-primas do cinema internacional, como “Gritos e Sussurros” de Ingmar Bergman e “Amarcord” de Federico Fellini, ambos vencedores do Óscar de melhor filme em língua estrangeira.
Nascido em Detroit e criado em Beverly Hills, Roger William Corman formou-se em engenharia pela Universidade de Stanford e serviu na Marinha antes de iniciar sua carreira em Hollywood como estafeta na Twentieth Century-Fox. Após um breve período estudando literatura inglesa em Oxford, retornou a Hollywood, onde iniciou sua trajetória como produtor e realizador de cinema.
Corman era conhecido por sua eficiência e pela boa relação que mantinha com seus colaboradores, orgulhando-se de nunca ter despedido ninguém. Muitos de seus antigos subordinados retribuíram sua generosidade ao longo dos anos, incluindo-o em filmes como “O Padrinho, Parte II” de Coppola, “O Silêncio dos Inocentes” e “Filadélfia” de Jonathan Demme, e “Apollo 13” de Ron Howard.
Embora muitos dos filmes de Corman tenham sido rapidamente esquecidos, alguns, como “A Pequena Loja dos Horrores” (1960), mantêm-se como cult clássicos. Em 1963, ele iniciou uma série de adaptações de obras de Edgar Allan Poe, destacando-se “O Corvo”, que contou com a participação de Jack Nicholson ao lado de lendas do terror como Boris Karloff, Peter Lorre e Basil Rathbone.
Roger Corman deixa a esposa Julie Halloran, também produtora, e quatro filhos. Sua influência perdura, não apenas pelos filmes que criou, mas pelo legado de cineastas e atores que ajudou a lançar. Corman será lembrado como um inovador que, com recursos limitados, deixou uma marca indelével no cinema.
Quando perguntado sobre como gostaria de ser lembrado, Roger Corman respondeu simplesmente: “Eu era um cineasta, apenas isso”. Seu impacto no mundo do cinema, no entanto, foi tudo menos simples.