PROJECTO “SEXTA-FEIRA DE TROVA” DE REGRESSO AO PALÁCIO DE FERRO
O concerto de estreia da segunda edição do projecto “Sexta-feira de Trova”, que terá a participação permanente do Duo Canhoto, vai arrancar, amanhã, às 19h00, no Palácio de Ferro – Centro Cultural, na baixa da cidade de Luanda.
Os artistas Antero Ekuikui e Guilherme Maurício, que formam o Duo Canhoto, vão partilhar o palco com o jovem músico Dennis Samaya, que, normalmente, interpreta canções de alguns nomes sonantes do mercado nacional e internacional.
O projecto “Sexta-feira de Trova” foi criado com o objectivo de exaltar e promover a arte da musicalização da poesia. Os exímios guitarristas do Duo Canhoto vão dedilhar e explorar alguns temas do seu repertório.
Músicas como “Omboio”, “Não Me Provoquem”, “Eu Agora Sei”, “Cântico Sofrido”, “Sara” e “Teresa”.
Na noite do concerto, amanhã, no Palácio de Ferro, a dupla vai, igualmente, acompanhar o cantor Dennis Samaya, que normalmente se apresenta ao público com interpretações de músicas de André Mingas, Bonga, Miriam Makeba, Fela Kuty, Eric Clapton, Marvin Gaye, Djavan, Bobby Mcferry, The Beatles, Bob Marley, João Gilberto, Papa Wemba e Lokua Kanza.
O projecto cultural “Sexta-feira de Trova”, além da música, terá, igualmente, momentos de poesia, que ficará a cargo do Movimento literário angolano Lev’Arte.
A primeira edição da “Sexta-feira de Trova” foi realizada em Fevereiro de 2023, tendo a ideia surgida, logo após da primeira edição do Festival de Trova “Cantar Neto”, em Setembro de 2022.
Com uma periodicidade mensal, no âmbito da programação do Palácio de Ferro – Centro Cultural, o Duo Canhoto é a presença fixa e partilha o palco com alguns convidados para o ajudar a abrilhantar a noite.
Ângela Ferrão, a dupla Judeth e Ester, Júlio Gil, Zé Fixe, Gabriel Tchiema, Dodó Miranda, Dino Ferraz e Unekka foram alguns dos artistas que participaram na edição anterior.
O Duo Canhoto tem contribuído muito para a divulgação do cancioneiro popular, nunca descurando esta faceta ao longo da uma carreira que já dura três décadas.
A dupla existe, oficialmente, desde 1985, mas com trajectórias e conquistas individuais, Ekukui venceu o Primeiro Festival de Trova, organizado pelo Ministério da Segurança de Estado em Cabinda, enquanto Mito o das Tropas de Guarda Fronteiras. Dez anos depois da existência como grupo venceram o Primeiro “Festival da Canção”, da Rádio Nacional de Angola (RNA) e o “Prémio Liceu Vieira Dias”.
O Duo Canhoto é uma das poucas formações que resiste no cenário da trova nacional, continuadores e renovadores do movimento dos Festivais da Canção Política e Militar, nos quais despontaram, igualmente, nomes como Kafala Brothers, Beto Gourgel, Mito Gaspar, Filipe Mukenga e Gabriel Tchiema.
Tudo começou quando Antero Ekukui e Guilherme Maurício “Mito” eram militares das FAPLA pertencentes à Brigada Artística e Cultural “26 de Agosto”, das Tropas de Guarda Fronteira de Angola. Ambos esquerdinos, Antero Ekukui é natural da aldeia de Cachau Mbata Mungo (Huambo), enquanto Mito nasceu em Bolongongo (Cuanza-Norte).
Nesta relação de 36 anos têm combinado estilos como tchissossi, mungonga, kilapanga, semba e outros, essencialmente, dos grupos etnolinguísticos ovimbundu e ambundu, com elementos do jazz, blues e demais géneros de origem africana moldados pela diáspora.